domingo, 29 de setembro de 2013

Cinquenta Tons de Cinza - 12º Capítulo


P.O.V. Justin Bieber On



       Eu abro a porta do passageiro do SUV Audi preto, e deixo (Seu Nome) entrar. Ela desliza para dentro e eu fecho a porta. Eu vou para o lado do motorista, abro a minha porta, entro e ligo o carro. Eu a vejo pela minha visão periférica. Eu posso ver que uma miríade de emoções está passando por seu rosto. Ela parece perdida. Por duas vezes ela parece que vai dizer alguma coisa, mas ela pára. Ela está afetada por nosso beijo. Isso não pode acontecer novamente sem ter sido programado. Perder o controle não está no meu vocabulário.
       Eu reverto para fora da vaga e saio do estacionamento. Eu coloco música. começa a tocar. Seus olhos brilham, e ela sorri para mim. 
    - O que estamos ouvindo, Justin? É maravilhoso!



The Flower Duet - Delibes


    - Sim, é. É uma peça da ópera Lakmé. - eu digo a ela. Ela quer ouvi-la novamente, então eu coloco o MP3 player no modo repetir. Ela me pergunta se eu gosto de música clássica, e eu gosto, mas o meu gosto não se limita a elas.
    - Meu gosto é eclético, (Seu Nome). Ele muda com o meu humor. Clássico, moderno, música coral de igreja, Tudor, de tudo... o que melhor se adequar ao meu humor no momento. E você?
    - Eu também! - ela é efusiva.
       Em seguida, ela começa a rir, radiante com o reconhecimento. Meu celular toca, e eu mudo meu humor e volto para o meu modo negócios. Eu pressiono o botão Bluetooth do volante.
    - Bieber  - eu digo bruscamente. É Welch. Ele diz que tem a informação que eu pedi. Isso seriam os detalhes do contrato que eu quero que (Seu Nome) leia e espero que concorde.
    - Tudo bem. Mande por e-mail para mim. Se você não tiver nada a acrescentar. - eu digo, consultando.
    - Não, senhor. - ele responde. 
       Eu desligo o telefone e a música vem de volta. Ela me dá o seu olhar "você-é-tão-mandão" que eu começo a reconhecer. O telefone toca novamente, e desta vez é Andrea.
    - O AND foi por e-mail para você, Sr. Bieber. - ela me informa.
    - Ótimo. Isso é tudo, Andrea. - eu digo e desligo. Assim que desligo, o telefone toca novamente, e desta vez é meu irmão Jaxon.
    - Ei mano! Você transou na noite passada?
    - Olá para você também, Jaxon. Você está no viva voz, e eu não estou sozinho no carro. - eu deixo escapar um suspiro exasperado.
    - Quem está com você? - pergunta ele.
       Eu digo-lhe que é (Seu Nome). Ele se alegra no telefone e cumprimenta (Seu Nome) como se ele a conhecesse toda a sua vida.
    - Hey, (Seu Apelido)!
    - Oi, Jaxon. - ela responde, timidamente.
    - Kate me falou muito sobre você, (Seu Apelido)! - ele vibra e eu posso sentir seu sorriso no telefone.
    - Espero que tenha falado tudo de  bom, Jaxon. - diz ela.
    - Jaxon, estou indo deixar (Seu Nome) na casa dela. Você precisa de uma carona?
    - Yeah!
    - Eu vejo você em breve, então. - eu digo, porque  eu não quero que ele fique flertando com (Seu Nome). Eu sinto uma pontada súbita de ciúmes.
       (Seu Nome) me pergunta por que eu insisto em chamá-la pelo seu nome completo, do qual eu gosto. Muito. Eu simplesmente digo-lhe que é porque é o nome dela. Ela diz que prefere "(Seu Apelido)".
    - Prefere? - eu provoco. Ela cora como se eu a tivesse acariciado. Mas minha mente está ocupada, tenho que deixá-la saber que eu tenho regras. Quando eu chego mais perto de seu apartamento viro para ela e digo:
    - O que aconteceu no elevador não vai acontecer de novo sem ter sido programado, (Seu Nome).
       É claro que eu gostaria de fazer muito mais do que isto, mas nos meus próprios termos. Muito, muito mais que isto... Ela parece magoada e decepcionada. Chegamos ao seu apartamento. Eu entro  em uma vaga e estaciono o carro. Ela fica emburrada, em silêncio. Um fluxo de rubor  passa por ela. Ela parece envergonhada quando meus olhos se estreitam para ela. O que eu pagaria para saber o que está acontecendo em sua mente!
       Eu olho para ela com um sorriso lascivo e caminho para o lado da porta do passageiro para abri-la para ela. Ela sai do carro e murmura:
    - Eu realmente gostei da experiência do elevador. - ela diz, surpreendendo-me e alterando minha respiração audivelmente. Ela me deixa ficar lá chocado e imóvel por um minuto e com um olhar tímido de volta para mim, ela se afasta para seu apartamento. Eu reorganizo minha mente para conectar meus pés  com meu cérebro e eu acelero para alcançá-la.
       Entramos em seu apartamento para encontrar sua colega de quarto e meu irmão, juntos, parecendo muito  familiares, sorrindo um para o outro como idiotas e todos desarrumados. A colega de quarto me dá um olhar desconfiado de galinha mãe. Eu aprovo o olhar de proteção que ela tem para (Seu Nome), mas esse comportamento também vai de encontro a minha possessividade sobre (Seu Apelido).
    - Bom dia, (Seu Apelido)! - ela diz, e quando ela se vira para me dar sua saudação de bom dia,  seu tom esfria vários graus. Respondo com um cumprimento com a cabeça.
    - Srta. Kavanagh. - digo, formalmente.
       Meu irmão, sempre como a borboleta social que é, repreende-me para que eu a chame "Kate", então se vira para (Seu Nome) radiantemente brilhando.
    - Oi (Seu Apelido)! - e abraça-a, fazendo-me imediatamente ter ciúmes. Eu vejo que (Seu Nome), desajeitadamente, tenta retornar seu abraço, enquanto eu consigo um vislumbre dela mordendo o lábio. Isto  faz coisas em mim, especialmente quando ela está sendo quase apalpada pelo meu irmão, embora eu saiba que não é isso que ele está fazendo. Eu ainda não gosto de sua expansividade com ela.
    - É melhor irmos, Jaxon. - eu o apresso.
    - Tudo bem. - ele diz, e volta-se para a sua garota, e mergulha-a para  baixo como se ele fosse Humphrey Bogart em Casablanca, e lhe dá um beijo longo e demorado,  que estranhamente me incomoda, ao ver a ansiedade de (Seu Nome), enquanto ela está timidamente olhando para mim através de seus longos cílios. Quando ele diz "Até breve, baby", sorrindo para Kate,  é a minha deixa para sair. Eu ando até  (Seu Nome) lentamente e coloco  uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. Ela engasga com o  contato,  enquanto eu sinto a corrente que flui entre nós, constantemente, outra vez. Eu quero pegá-la em meus braços, e estou usando todo o meu autocontrole para não dar-lhe um beijo que ela não vai esquecer e vai deixar seus lábios doloridos, lembrando-a de onde eu estive, tomando posse dela. No entanto, eu só passo o meu polegar em seu lábio inferior. A conexão, embora limitada,  faz coisas em mim, me endurecendo. Eu não vou beijá-la, porque se eu fizer, eu vou perder o controle.
    - Até breve, baby. - murmuro, copiando Jaxon. Ela sorri. - Eu vou buscá-la às oito. - ela acena com a cabeça, e o idiota do meu irmão Jaxon sopra um beijo para Kate como um adolescente apaixonado. Eu posso ver uma pontada de ciúme no rosto de (Seu Nome) antes que ela vire as costas. Se você concordar com meus termos, esta noite, você vai ter mais do que um beijo profundo e gratificante, eu digo para ela silenciosamente. Aguarde... Só mais um pouco... Eu advirto a mim mesmo.
       Quando Jaxon e eu caminhamos para o meu carro, ele está sorrindo de orelha a orelha.
    - Eu estou apaixonado, mano! Kate é incrível! - diz ele. Concordo com a cabeça, sem me preocupar em responder. Jaxon, que dormiu com a maior parte de Seattle, apaixonado? Duro de acreditar. Sem esperar a minha resposta, ele diz: - Entããão? - ele olha para mim com um brilho questionador. - Você fez sexo?
    - Não! - eu digo com firmeza.
    - Huh - ele diz - Eu pensei que você tinha me convencido de que não era gay na noite passada! - diz ele, sem vergonha.
    - E eu não sou! Mas ela estava bêbada! Eu não me aproveito das garotas que não estão conscientes.
  Ele sorri...
    - Então, há esperança para vocês dois ainda?
    - Talvez. Muito cedo para dizer.
    - Eu ouvi dizer que você vai buscá-la às oito. - ele sonda.
    - Sim. - eu disse secamente.
    - Você gosta dela? Eu nunca, nunca vi você com uma garota! Você não podia tirar seus olhos de cima dela. E não pense que eu não percebi que você repreendeu-me, com seu olhar fixo, quando eu dei-lhe um abraço. - ele sorri. Eu cerro os dentes. - Pare de ser um mano puritano! Eu aprovo!
    - Como se você tivesse opção. - eu sorrio. Eu mudo o tópico sobre ele. - Então, como foi com a companheira de quarto?
    - Deliciosa! Incrível! Linda! Estou enamorado! Estou apaixonado. - ele suspira com os olhos brilhantes.
    - Já? - eu questiono cético.
    - Bem, até agora, sim. Ninguém me cativou assim antes. - diz ele seriamente. Esses são os meus sentimentos exatos para (Seu Nome), mas eu não digo nada. Jaxon acrescenta: - Eu vou vê-la de novo! - meus pensamentos se dirigem a (Seu Nome). Eu não posso esperar para a noite chegar. Chegamos de volta ao hotel em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos.
       Eu tenho um monte de trabalho para fazer, mas eu não estou com vontade de fazer negócios hoje. Eu tenho que estar me movendo, estar ativo, se eu quiser conseguir atravessar o dia. Eu envio um texto para meu braço direito Ros, do que eu quero que ela conclua. Eu ligo para minha assistente Andrea, e digo que ela não será capaz de encontrar-me durante todo o dia, e para segurar as minhas mensagens.
    - Quais são seus planos para o dia, mano? - pergunto a Jaxon.
    - Na verdade não fiz nenhum plano. O que você tem em mente? - ele pergunta.
    - Eu estava pensando em ir fazer uma caminhada na trilha de Riverside.
    - Claro, eu tô dentro! - ele disse. Vai ser uma longa espera, e eu quero minha mente ocupada, meu corpo trabalhado, e com energia.

***

Voltamos da caminhada cerca de seis horas. Eu tomo um banho. Após Jaxon ficar pronto, nós dois vamos comer alguma coisa. Quando acabamos voltamos para o meu quarto. Eu vou buscar (Seu Nome) muito em breve.
    - Você vai voltar para Seattle? - pergunto a Jaxon. Ele ri.
    - Querendo se livrar de mim rápido? Mas, na verdade, sim, eu preciso voltar aos negócios. Eu vou voltar para Seattle no sábado.
  Eu concordo.
    - Você está muito tenso, mano! Certifique-se de fazer sexo hoje à noite! Ele vai soltar você. - ele me dá o seu maior sorriso. Se ele soubesse; mas não é assunto seu. Jaxon recolhe suas poucas coisas do meu quarto de hotel, e eu aperto sua mão, dizendo:
    - Obrigado, cara, por me trazer roupas e ir para a caminhada comigo! - eu digo.
    - A qualquer hora, mano! Valeu a pena a viagem! - ele me dá o seu sorriso de menino,  me socando no  ombro e parte para Seattle.
       Taylor e eu iremos pegar (Seu Nome) no trabalho e nos dirigir para o heliporto. Chegamos cedo ao Clayton e esperamos que ela termine seu trabalho. Ela emerge pelas portas duplas de correr alguns minutos depois das oito horas. Assim que ela sai, eu saio do carro, e ando até ela calmamente, sorrindo calorosamente. Ela está de tirar o fôlego em seus jeans negros de corte baixo e camisa de cor clara. Tão simples, mas tão sedutora.
    - Boa noite, Srta Steele. - eu digo suavemente.
    - Sr. Bieber. - ela responde educadamente, balançando a cabeça. Eu abro a  porta do banco de trás do carro e a deixo subir. Ela cumprimenta educadamente Taylor, e Taylor responde de forma igual. Subo pelo outro lado do SUV, ao lado dela e seguro sua mão, dando-lhe um aperto suave. Eu sinto o choque da corrente que passa através de nós, e eu sei que ela sente a mesma coisa que eu. Eu sinto sua temperatura corporal subir. Eu pergunto-lhe como foi seu dia de trabalho.
    - Muito longo. - responde ela, com uma voz rouca, quase baixa demais para ouvir.
    - Foi um dia muito longo para mim também. - eu digo a sério, sem ser capaz de me segurar. Ela mal consegue respirar ao me perguntar sobre o que eu fiz durante o dia, tentando se distrair do meu olhar intenso, e eu digo a ela que eu fui fazer uma caminhada com Jaxon,  enquanto acaricio apenas os nós dos seus dedos, certificando-me de não tocar em nenhum outro lugar, aumentando sua ansiedade e conhecendo muito bem os efeitos sensuais disto. Eu sinto sua pulsação acelerando, sua respiração aguda e profunda. Quando chegamos ao heliporto, Taylor estaciona o carro, e eu saio para abrir sua porta. Ela segura a minha mão estendida.
    - Pronta? - eu pergunto, e ela balança a cabeça confirmando, incapaz de articular qualquer palavra, enquanto parece tanto excitada quanto nervosa.
       Taylor se afasta com o carro, enquanto eu pego sua mão e me encaminho para o elevador para chegar até o heliporto. Enquanto esperamos o elevador, as lembranças desta manhã vêm à tona, o ar se carrega entre nós, enquanto o choque de eletricidade mantem uma corrente constante através de nossas mãos unidas. A porta do elevador “ding”, e nós entramos. Minha respiração acelera recordando esta manhã e sabendo muito bem o quanto ela gostou. Acho um pequeno sorriso rastejando em meus lábios, enquanto nosso olhar bloqueia. Gostaria de fodê-la aqui, mas eu consigo me conter.
    - São apenas três andares. - eu digo com a voz rouca, vendo o desejo nos olhos dela. Muito em breve o elevador “ding” novamente e estamos na cobertura no teto do terceiro andar. Eu vou até o escritório no local para garantir que todas as verificações pré-voo estão concluídas. O velho Joe está sentado à mesa, e me informa que todas elas foram concluídas. Agradeço a ele, e dou-lhe um sorriso caloroso. (Seu Nome) parece surpresa com esta pequena troca, olhando curiosa.
    -Vamos. - eu digo nos encaminhando para Charlie Tango, com o nome da empresa impresso em azul na lateral: Bieber Enterprises Holdings Inc. Eu abro a porta, e indico o assento a (Seu Nome) e ordeno a ela. - Sente-se, e não toque em nada. - eu volto para o meu lugar de piloto. Eu me viro em direção a (Seu Nome) e a prendo no cinto de quatro pontos. Eu aperto ambas as tiras e sinto uma enorme satisfação, e fico incrivelmente excitado vendo ela toda amarrada. Eu estou muito perto dela quando eu inalo e bebo seu perfume.  Ele é tudo, baunilha, ar livre, e mulher. Ela me olha curiosa. Eu ergo os olhos e sorrio para ela com a paixão aquecendo meu olhar. Ela fecha os olhos deixando escapar debilmente seu desejo ,  esquecendo  de respirar.
    - Agora você está segura, não pode fugir. - eu sussurro no seu ouvido. Ela para de respirar, mais uma vez, depois de obter um vislumbre de meu olhar apaixonado.
    - Respire, (Seu Nome). - eu digo baixinho, tocando e acariciando seu rosto. Eu quero continuar, mas eu só pressiono um beijo suave em seus lábios deliciosos.
    - Eu gosto deste cinto. - eu sussurro, e ela me olha confusa. Espero que ela vá gostar também. Vou descobrir hoje à noite.
       Aponto para os fones e lhe digo para colocá-los durante o vôo. Eu refaço todas as verificações pré-vôo, acerto a decolagem com a torre de controle aéreo, e decolo em direção a Seattle. Eu percebo (Seu Nome) um pouco nervosa, e ela me olha com seus grandes olhos azuis questionando:
    - Você sabe o que está fazendo, Justin? - ela pergunta.
    Eu sorrio. - Eu sou piloto totalmente qualificado há quatro anos. Você está segura comigo, (Seu Nome). - digo acrescentando: - Pelo menos enquanto nós estivermos voando. - e eu pisco para ela, brincando. O sorriso que ela me dá é deslumbrante, de tirar o fôlego.
       Ela pergunta-me quanto tempo levaremos para chegar a Seattle. Eu digo a ela que cerca de uma hora. Ela parece aliviada. Ela está preocupada com a segurança do vôo à noite. Eu digo a ela que estamos voando em um Eurocopter EC135, um dos mais seguros da sua classe, que está equipado para vôo noturno.
    - Há um heliporto no prédio onde eu moro, que é para onde estamos indo. - eu digo.
    - É claro, que há. - murmura, em voz baixa, quase decepcionada, triste, sua reação me surpreendendo. Por que ela achou isso aborrecido? Ela olha para mim de lado, tentando memorizar meu rosto como se ela não fosse olhar para ele por muito tempo e ela quisesse recordá-lo. Há nostalgia em seus olhos, desejo também. O pensamento disto e as possibilidades me deixam satisfeito, feliz.
    Dirijo-me a ela e pergunto:
    - Você está bem, (Seu Nome)?
    Sua resposta é curta e cortada. - Sim. - eu aponto para ela a silhueta de Seattle, emergindo, na noite.
    - Você sempre impressiona as mulheres dessa maneira, com seu helicóptero? - ela pergunta. Ah, isso é o que a está incomodando. Embora sua pergunta me faça parar. Eu nunca realmente trouxe qualquer mulher no meu helicóptero, ela é a primeira, como ela foi a primeira mulher com quem eu já dormi ou tive na minha própria cama.
    - Não. Eu nunca tinha trazido uma garota ao Charlie Tango antes. Meu helicóptero, eu quero dizer. Você está experimentando outro primeiro comigo (Seu Nome). - respondo, olhando para ela com um renovado sentido de admiração.
    - Você está impressionada? - eu me vejo perguntando.
    - Justin, eu estou surpreendida. Na verdade, espantada! - ela responde.
    - Espantada! - eu quero saber mais. Ela tem a minha atenção, e suas palavras são como ladainha.
    - Sim - ela diz: - Você é incrivelmente capaz... assim... muito competente. - ela respira.
    Eu estou muito encantado por sua resposta, e encontro-me dizendo: - Bem, obrigado Srta Steele. Nosso objetivo é agradar. - e não posso deixar de dar-lhe o meu estúpido sorriso adolescente. Ela parece feliz. Ela observa que eu gosto de voar.
    - Sim. - eu digo a ela. - Imensamente. Porque é preciso muita concentração e controle para voar... Como eu poderia não amar isto? - mas então eu digo a ela que eu acho planar ainda melhor.
       Seattle parece absolutamente deslumbrante na luz da noite, e eu vejo em seu olhar, que ela acha romântico, apesar de eu ter uma agulhada dentro de mim me lembrando que eu não faço romance.
       Eu voo através de edifícios altos me encaminhando para o Escala. Poucos minutos depois, paro e aterrisso no telhado do Escala, meu prédio.
    - Chegamos. - eu digo baixinho. Neste pequeno espaço fechado, o ar está intenso entre nós. Ela parece excitada, nervosa, tímida e com a respiração irregular me fazendo mais desejoso por ela. Eu me aproximo e retiro seus fones. Eu desato meu cinto de segurança, e solto o dela. Minha excitação e desejo por ela são difíceis de conter. Eu aperto minha mandíbula e meus olhos se estreitam em um esforço para conter minhas emoções em relação a ela. Eu a quero, mas eu quero protegê-la também.
    - Você não tem que fazer nada que não queira fazer. Você sabe disso, certo, (Seu Nome)? - eu digo com fervor. Por um lado eu estou desesperado para ela dizer não e sair, porque Deus sabe que eu não vou conseguir. Eu estou viciado nela, ela me enfeitiçou com todo o seu ser. Se apenas ela soubesse o quanto eu a desejo... Eu não posso manter o querer e o desejo que eu tenho por ela fora da minha voz ou de meus olhos. Ela fala calmamente e com convicção:
    - Eu nunca faria nada que eu não quisesse fazer, Justin.
       Concordo com a cabeça, e respiro um suspiro interior de alívio e digo "tudo bem", suavemente e quase inaudível. Eu ainda olho para ela cautelosamente, dividido entre mantê-la aqui, e não deixá-la ir embora, e levá-la de volta para Portland, e deixá-la com a sua inocência intacta e ignorante do meu mundo escuro. Mas, até então, eu nunca tinha desejado alguém tanto quanto eu a desejo neste momento! Ela tira o meu fôlego. Ela olha para mim com determinação, e esperançosos olhos azuis,  que rompem com o último pedaço de toda minha resistência e eu derreto.
       Abro a porta e saio. Eu ando rapidamente para o lado dela, e abro sua porta envolvendo meus braços firmemente ao redor dela puxando-a para baixo do helicóptero e apertada contra mim. Há muito vento no telhado, e eu tenho que gritar para ser ouvido:
    - Venha! - digo.
       O vento é forte, e eu a arrasto para o elevador, e marco meu andar no teclado. A porta se abre e eu a puxo para dentro. Uma vez no elevador, eu coloco o código para o meu apartamento. Ela olha para as paredes espelhadas do elevador olhando para o nosso reflexo infinito com admiração e reverência.
       O elevador leva um curto período de tempo para alcançar a minha cobertura e a porta se abre. Entramos no meu hall de entrada todo branco, adornado com uma mesa de madeira escura, com flores frescas, fazendo um grande contraste. Minha seleção de pinturas requintadas da Madonna com a  criança decora as paredes. Ela olha para elas como fez com a pintura na parede do meu escritório em sua primeira visita para me entrevistar. Eu abro as portas duplas e entro na sala principal que é mais uma exposição do que uma sala de estar comum. As paredes são de altura dupla e todas brancas, com as paredes de vidro exteriores permitindo a entrada para uma ampla varanda, com vista para o espetacular horizonte da cidade de Seattle.
       Eu tenho um sofá em forma de U, de grandes dimensões, na sala principal aberta de frente para a cozinha. A lareira também está iluminada dando uma sensação de ambiente sensual e quente.
    - Posso pegar seu casaco, (Seu Nome)? - eu peço baixinho. Ela nega com a cabeça, ela ainda parece com frio. Eu quero aquecê-la, mas eu me desvio do tema perguntando se ela gostaria de um drinque. Ela parece tanto confusa como divertida. Eu levanto as sobrancelhas ligeiramente e digo a ela que eu vou tomar um vinho branco, e pergunto se ela gostaria de se juntar a mim.
    - Sim, por favor. - ela responde, timidamente. Eu digo a ela a minha escolha de vinho branco, e pergunto se ela ficaria bem com essa escolha.
    - Justin, eu não sei nada sobre vinhos. O que quer que você esteja bebendo seria ótimo, - diz ela, hesitante. Ela é inocente e inexperiente em todos os sentidos, a minha consciência me diz. Concordo com a cabeça, e lhe sirvo uma taça. Ela está muito quieta. Ela está tendo outros pensamentos? Uma parte de mim gostaria que ela estivesse, e a outra parte a deseja mais do que tudo. Mas eu tenho que perguntar-lhe,  pois isso tem que ser a sua escolha.
    - Você está muito quieta, (Seu Nome), pálida de fato. Você está bem? Com fome? - pergunto sondando.
  Ela balança a cabeça negativamente.
    - Este lugar é muito grande, Justin. Muito grande. - ela observa distraidamente.
    - Grande? - eu me divirto.
    - Sim, muito. - ela responde. Quando ela percebe o piano ela me pergunta se eu toco.
    -Sim, eu toco. - eu respondo meu olhar fixo sobre ela como um falcão. Eu estou com intenção e desejo, e enamorado dela. Desta inocente garota bonita, que é pouco consciente de sua própria sedução.
    - Existe alguma coisa que você não pode fazer? - comenta quase triste, como se eu fosse inacessível.
    - Poucas coisas... - digo. - Você gostaria de se sentar (Seu Nome)? - eu pergunto-lhe convidando-a para o sofá. Ela senta-se e com diversão, ela sorri. Estou curioso para saber o que está acontecendo em sua mente neste minuto. Ela está tão fechada para mim. Eu trabalho duro para ler sua linguagem corporal. Ela é diferente de qualquer pessoa que eu conheci.
    - O que divertiu você, (Seu Apelido)? - eu observo calmamente sentado perto dela, perto o suficiente para tocar. Eu sento apoiando-me em meus cotovelos atrás de mim.
    - Por que você me deu o livro de Tess of the D'Urbervilles, Justin? - ela pergunta intensamente. Ela é difícil de analisar e sua pergunta me pega de surpresa.
    - Aproveitei que você gostava de Hardy e que eu lhe devia um aviso sobre mim mesmo. Essa foi a única maneira que eu pude pensar. Tanto para prendê-la a um ideal impossível como Angel Clare, ou a uma degradação completa como Alec D'Urberville. - murmuro lentamente, meu olhar cintilando com o meu desejo interior carregado de sensualidade sombria.
    - Se você está me oferecendo apenas duas opções, Justin, eu tomarei a degradação. - ela sussurra para mim, mordendo o lábio e me chocando completamente. Suas palavras e a visão dela com o lábio preso nos dentes corta  minha respiração e eu tenho que tomar uma inspiração audível para recuperar meus sentidos. Ela me deixa em admiração completa diante dela. Eu balanço minha cabeça e falo intensamente:
    - Por favor, pare de morder seu lábio, (Seu Nome)! Isto me distrai completamente. Você não tem ideia do que você está realmente pedindo aqui. - eu digo ainda esperando que ela diga que não.
    - Eu estou aqui, não estou? - diz ela determinada.
    - Sim, você está. - eu digo incapaz de resistir mais a ela e aponto-lhe meu dedo. - Você poderia esperar um minuto, por favor? - eu digo desculpando-me.  Ela fez sua escolha, e eu já estou em suas mãos. Eu vou para o meu escritório e imprimo o Acordo de Não Divulgação (AND) que minha assistente Andrea me enviou por email anteriormente. Eu volto para a sala de estar com o documento, e o entrego a ela, dizendo: - (Seu Apelido), este é um AND, um acordo de não divulgação. Tendo em vista quem eu sou, o meu advogado insiste em tê-lo assinado. - eu olho para ela determinado, e digo-lhe: - Se você estiver indo para a degradação, você precisa assinar isso.
    - E se eu não quiser assinar? - ela me enfrenta.

    - Isso seria ótimo. - eu digo percebendo uma pontinha de decepção em minha voz, mas eu me seguro e acrescento: - Nesse caso, vão ser os altos ideais de Angel Clare , e a maior parte do livro para você.
    - Para que é esse AND? Eu acho que eu não sei o que significa.
    - Simplesmente significa que você não pode falar sobre mim e você e o que acontecer entre nós, para ninguém, sobre nada. Nunca. De modo algum... - eu digo com clareza. Uma gama de emoções cruza seu rosto: um olhar de incredulidade, surpresa, medo, e, finalmente, a curiosidade.
    - Tudo bem, eu vou assinar. - diz ela e estende a mão para receber a caneta de mim. Eu estendo a caneta para ela sem conseguir esconder dela o meu rosto surpreso.
    - Você não vai ler primeiro? - pergunto chocado.
    - Não. - ela diz determinada.
    - Por que não? - eu pergunto. Eu sinto desejo de repreendê-la, esta não é uma boa prática, se ela fica assinando papéis sem ler. - (Seu Nome), você deve sempre ler o que você assina!
    - Bem, - diz ela exasperada. - claramente Justin, este pedaço de papel... - segurando o AND em sua mão como um pedaço indesejado de acessório do qual se quer ficar livre. - significa mais para você e seu advogado – com quem, aparentemente, você falou acerca de mim – do que para mim. Eu não tinha a intenção de divulgar "nós" a ninguém, de qualquer maneira. Então, assinar este pedaço de papel dizendo que eu não vou falar sobre nós dois é um ponto discutível. Eu não vou falar! Nem mesmo a minha melhor amiga, Kate. - afirma, desarmando-me completamente.
    - Ponto bem defendido, (Seu Nome). - eu digo completamente fascinado.
       Ela assina o seu nome nas linhas pontilhadas de uma forma exagerada, me devolve o AND, e toma um gole grande da taça de vinho quase a esvaziando toda. Vejo que ela está tentando reunir coragem e finalmente fala o que está pensando:
    - Uma vez que eu assinei o AND, isto significa que você vai fazer amor comigo esta noite, Justin? - ela pergunta e imediatamente parece arrependida e ruborizada. Meu queixo cai, aberto, completamente chocado com suas palavras. Ela consegue me chocar! Eu, Justin Bieber, que não sou surpreendido facilmente, fico chocado com as palavras desta garota inocente! Mas eu retomo meus sentidos e respondo.
    - Não, (Seu Nome), não. Deixe-me esclarecer uma coisa. Eu não faço amor. Nunca. Nunca fiz. Eu fodo... duro. Além disso, você terá que assinar mais papelada, e além do mais, você ainda não sabe em que está se metendo. - eu olho para ela. -  Quando você souber, eu tenho medo que você vai correr para o mais longe possível de mim. Então, eu tenho que chegar ao ponto e mostrar o que eu quero dizer. Venha. Veja a minha Sala de Jogos. - eu digo, finalmente determinado a deixar as fichas caírem onde elas puderem.
    - Sala de Jogos? Vamos jogar Wii, ou Xbox? - ela me pergunta surpresa, e eu não posso me impedir de  deixar escapar uma risada. Isso é a coisa mais distante da minha mente.
    - Não, (Seu Apelido). Nenhuma dessas coisas. Venha e veja. - eu digo e gentilmente agarro a mão dela e a levo pelo corredor para o andar de cima, onde está localizada minha Sala de jogos. Eu levo minha chave da Sala de Jogos, que sempre permanece trancada. Eu tomo uma respiração profunda, e lhe dou um último aviso: - Você ainda pode ir embora, (Seu Nome). Se assim desejar, posso enviar-lhe onde quer que você queira ir, o meu helicóptero está em standby;  ou passar a noite e ir para casa de manhã. O que quer que você decida está bem.
    Ela me dá um olhar exasperado, e me repreende: 
    - Ah, apenas cale a boca e abra a maldita porta, Justin! - desarmando-me completamente e me deixando sem fôlego. Eu abro a porta e a deixo entrar.







Oiiiii lindos e lindas!!! Aqui está o 12º Capítulo

Era pra eu ter postado ontem a noite, mas eu deitei pra dormir a tarde e fui acordar quase meia-noite, sem falar que a minha mãe estava mexendo aqui no notebook e só saiu agora... 
Posto o capítulo 13 com 15 comentários.

xx @GislaineCollins

sábado, 28 de setembro de 2013

Cinquenta Tons de Cinza - 11º Capítulo


P.O.V. (Seu Nome) Steele On



       Pare! Pare Agora! - Meu subconsciente está metaforicamente gritando comigo, braços dobrados, apoiando-se em uma perna e batendo seu pé em frustração. Entre no carro, vá para casa, vá estudar. Esqueça ele... Agora! E pare com toda essa porcaria de auto-piedade.
       Eu respiro bem fundo e levanto. Componha-se Steele. Eu vou para o carro de Kate, enxugando minhas lágrimas ao mesmo tempo. Eu não irei mais pensar nele. Eu simplesmente posso encarar este incidente como uma experiência e me concentrar nos meus exames.

    [......]

       Kate está sentada na mesa de jantar, com o notebook, quando eu chego. Seu sorriso de boas vindas some quando ela me vê.
    - (Seu Apelido), o que aconteceu?
       Ai, não... A inquisição de Katerine Kavanagh. Eu sacudo minha cabeça para ela, como se dissesse - fique fora disso - mas eu poderia perfeitamente estar lidando com um cego, surdo e mudo.
    - Você andou chorando. - ela tem um dom excepcional para enunciar o que é malditamente óbvio, algumas vezes. - O que aquele bastardo fez para você? - ela fala por entre os dentes, e seu rosto, Jesus! ela está apavorada.
    - Nada, Kate. - este é realmente o problema. O pensamento traz um sorriso torto à minha face.
    - Então, por que você estava chorando? Você nunca chora. - ela disse, sua voz se suavizando. Ela fica parada, seus olhos verdes brilhando de preocupação. Ela coloca seus braços ao meu redor e me abraça.
Eu preciso dizer alguma coisa para ela me deixar em paz.
    - Eu quase fui atropelada por uma bicicleta. - era o melhor que eu podia fazer e isso a distraiu imediatamente...dele.
    - Jesus, (Seu Apelido)! Você está bem? Está machucada? - ela me segura na distância dos braços estendidos e faz uma verificação visual de mim.
    - Não, Justin me salvou. - eu sussurro. - Mas foi apavorante.
    - Eu não estou surpresa. Como foi o café da manhã? Eu sei que você odeia café.
    - Eu tomei chá. Foi legal, nada de mais para contar. Eu não sei por que ele me convidou.
    - Ele gosta de você (Seu Apelido). - ela abaixou seus braços.
    - Não mais. Eu não irei mais vê-lo. - sim, eu consigo lidar com isso.
    - Ah é?
       Droga. Ela ficou curiosa. Eu vou para a cozinha para que ela não consiga ver meu rosto.
    - Sim... Ele está fora do meu nível Kate. - eu digo tão secamente quanto eu consigo.
    - O que você quer dizer com isso?
    - Ora, Kate, é óbvio. - eu giro para encará-la na porta da cozinha.
    - Não para mim. - ela diz. - Está bem, ele tem mais dinheiro que você, mas até ai, ele tem mais dinheiro que muita gente nos Estados Unidos.
    - Kate, ele... - eu dou de ombros.
    - (Seu Nome), pelo amor de Deus! Quantas vezes eu vou ter de te dizer? Você é realmente linda! - ela me interrompe. Ah não! Esse discurso de novo não!
    - Kate, por favor. Eu preciso estudar. - eu a corto. Ela franze a testa.
    - Você quer ler o artigo? Eu já acabei. José tirou fotos maravilhosas!
       Será que eu preciso de uma lembrança visual da beleza de Justin eu-não-te-quero Bieber?
    - Claro. - eu coloco um sorriso no rosto, como se fosse mágica e vou até o notebook. E lá está ele, olhando para mim em preto e branco, olhando para mim e encontrando minhas falhas.
       Eu finjo ler o artigo, o tempo todo olhando para seu olhar cor-de-mel, procurando na foto alguma pista o porquê dele não ser o homem para mim - em suas próprias palavras. E subitamente, fica extremamente óbvio. Ele é bonito demais. Nós estamos em polos diferentes, em mundos diferentes. Eu tenho a visão de mim mesma como Ícarus, voando perto demais do sol, queimando e caindo como resultado do meu desejo. As palavras dele fazem sentido. Ele não é homem para mim.
       Foi isso o que ele quis dizer e faz com que a rejeição dele seja mais fácil de aceitar...Quase. Mas eu posso viver com isso. Eu entendo.
    - Está muito bom Kate. - eu digo. - Vou estudar. - eu não vou mais pensar nele. Eu prometo para mim mesma e abrindo minhas anotações de revisão, começo a ler.
       É apenas quando eu estou na cama, tentando dormir, que eu me permito deixar meus pensamentos voltarem para minha estranha manhã. Eu fico voltando à citação “eu não sou do tipo que namora” e eu fico zangada por não ter descoberto esta informação mais cedo, quando eu estava em seus braços mentalmente implorando com cada fibra do meu ser para que ele me beijasse. Ele já havia dito e repetido. Eu viro de lado. Estranhamente eu me pergunto se ele seria celibatário. Eu fecho meus olhos e começo a divagar. Talvez ele esteja se guardando. “Bem, não pra você.” Meu subconsciente sonolento me dá um último golpe e me joga na terra dos sonhos.
       E esta noite eu sonho com olhos cor-de-mel, folhas caídas no leite, e eu estou em lugares escuros, com uma luz estranha e eu não sei se estou correndo para alguma coisa ou de alguma coisa... Não está claro.

    [......]

       Eu abaixo minha caneta. Acabei. Meu exame final acabou. Eu sinto o sorriso do gato de Cheshire se espalhar pelo meu rosto. Provavelmente esta é a primeira vez, esta semana, que eu sorrio. É sexta feira, e nós iremos celebrar hoje à noite, realmente celebrar. Acho que irei ficar realmente bêbada. Eu nunca fiquei bêbada antes. Eu olho a quadra esportiva procurando por Kate e ela ainda está escrevendo furiosamente, cinco minutos antes de acabar. É isso, o fim da minha vida acadêmica. Nunca mais eu irei sentar em fileiras de ansiedade, isolada, como uma estudante. Por dentro estou fazendo piruetas, sabendo perfeitamente que é o único lugar onde posso fazê-las graciosamente. Kate para de escrever e larga a caneta. Ela procura por mim e eu vejo o seu sorriso do gato de Alice, também.
       Nós voltamos para casa em seu Mercedes, nos recusando a discutir a prova final. Kate está mais preocupada com o que irá usar esta noite. E eu estou ocupada procurando pelas chaves na minha bolsa.
    - (Seu Apelido), tem um pacote para você!
       Kate está parada nos degraus em frente à porta, com um pacote na mão. Estranho. Eu não fiz nenhum pedido ultimamente na Amazon.
       Kate me entrega o pacote e pega as chaves para abrir a porta da frente. Está endereçado a Senhorita (Seu Nome) Steele. Não há endereço ou nome de quem enviou. Talvez seja da minha mãe ou de Ray.
    - Provavelmente deve ser dos meus pais.
    - Abra! - Kate diz, excitada, enquanto se dirige até a cozinha para pegar nosso “Champagne de comemoração de exames finais”.
       Eu abro o pacote e dentro eu acho uma caixa dourada com três livros semi parecidos, recobertos com um pano antigo, cheirando a hortelã e um cartão branco. Escrito nele, com uma letra cursiva e negra, está:

"Por que você não me disse que havia perigo? Porque você não me avisou? Senhoras sabem contra o que se precaver, porquê lêem romances que lhes dizem essas coisas..."

       Eu reconheço a citação de Tess of the D´Urbervilles. Eu estou pasma com a ironia de que eu passei três horas escrevendo sobre a novela de Thomas Hardy no meu exame final. Talvez não haja ironia, talvez seja deliberado. Eu inspeciono os livros mais de perto, os três volumes. Eu abro a primeira contracapa. Escrito em uma letra antiga está:

'London: Jack R. Osgood McIlvaine and Co., 1891'

       Puta merda! São as primeiras edições! Eles devem ter custado uma fortuna e eu sei, quase que mediatamente, quem os mandou. Kate esta recostada nos meus ombros olhando os livros. Ela pega o cartão.
    - Primeira edição. - eu sussurro.
    - Não! - os olhos de Kate estão abertos com descrença. - Bieber?
Eu confirmo.
    - Não consigo pensar em mais ninguém.
    - O que significa o que está escrito no cartão?
    - Eu não faço nenhuma ideia. Eu acho que é um aviso. Honestamente ele vive me alertando. Eu não faço ideia do por que. Não é como se eu estivesse tentando derrubar a porta dele. - eu franzo a testa.
    - Eu sei que você não quer falar sobre ele, (Seu Apelido), mas ele está seriamente interessado em você. Com ou sem avisos.
       Eu não deixei de pensar em Justin Bieber na última semana. Está bem ... Então seus olhos cor-de-mel continuam assombrando meus sonhos e eu sei que vai levar uma eternidade para expurgar a sensação de estar em seus braços e esquecer seu cheiro. Por que ele me mandou isso?
       Ele me disse que eu não era para ele.
    - Eu achei um Tess primeira edição para vender em Nova York por $14.000,00. Mas o seu está em melhores condições. Deve ter sido mais caro. - Kate estava consultando seu bom amigo Google.
    - Esta citação, Tess fala para sua mãe depois que Alex D´Urberville a seduz.
    - Eu sei.
    Kate fica inspirada. - O que ele está tentando te dizer?
    - Eu não sei e eu não me importo. Eu não posso aceitar isso dele. Eu vou mandá-los de volta com alguma citação desconcertante de alguma parte obscura do livro.
    - A parte em que Angel Clare diz "Foda-se"? - Kate pergunta com a cara mais sonsa do mundo.
    - Sim, esta parte. - eu rio. Eu amo Kate, ela é leal e sempre me apoia. Eu embrulho os livros e os deixo na mesa de jantar. Kate me dá uma taça de champagne.
    - Ao final dos exames e a uma nova vida em Seattle. - ela sorri.
    - Ao fim dos exames, nossa nova vida em Seattle e aos excelentes resultados que teremos! - nós brindamos e bebemos.

    [......]

       O bar estava barulhento e agitado, cheio de futuros formandos prontos para ficarem imprestáveis. José se juntou a nós. Ele só se formará daqui a um ano, mas ele está no clima de comemorar e nos ajuda a entrar no espírito de nossa nova liberdade pagando margaritas para todos nós. Enquanto eu bebo a minha quinta, percebo que talvez não seja uma boa ideia misturá-la com champagne.
    - E agora (Seu Apelido)? - José grita para que eu posso ouvi-lo com todo o barulho.
    - Eu e Kate estamos nos mudando para Seattle. Os pais dela compraram um apartamento em um condomínio fechado para ela.
    - Dios Mio! Como a outra parte vive! Mas você vai vir para minha exposição?
    - Claro que sim, José, eu não perderia por nada do mundo! - eu sorrio e ele coloca seu braço em meus ombros e me puxa para perto.
    - Vai significar muito para mim (Seu Apelido) se você estiver lá. - ele sussurra em minha orelha. - Mais uma margarita?
    - José Luis Rodrigues, você está tentando me deixar bêbada? Porque eu acho que está funcionando. - eu rio. - Eu acho melhor beber uma cerveja. Eu vou pegar uma jarra para nós.
    - Mais bebida (Seu Apelido)! — Kate grita.
       Kate tem a constituição de um touro. Ela está com seu braço jogado em Levi, um dos quatro estudantes ingleses que estudaram conosco e seu fotógrafo costumeiro do jornal dos estudantes. Ele desistiu de tirar fotos da bebedeira ao seu redor. Ele tem olhos apenas para Kate. Ela está com uma camiseta de seda, tipo babydoll, jeans justos e saltos altos, cabelos para cima, com alguns fios descendo por seu rosto, como gavinhas, deslumbrante como sempre. Eu, por outro lado, sou mais uma garota de usar all-star, jeans e camiseta, mas eu estou usando a minha melhor calça jeans. Eu saio do abraço de José e vou para a mesa.        Opa! Sinto minha cabeça rodar. Eu tenho de segurar nas costas da cadeira. Coquetéis a base de tequila não são uma boa ideia.
       Eu vou para o bar e decido que é melhor ir ao banheiro já que ainda estou de pé. "Bem pensado, (Seu Apelido)". Eu cambaleio para fora da multidão. Claro, há uma fila, mas ao menos está quieto e fresco no corredor. Eu pego meu celular para aliviar a espera tediosa da fila. Humm para quem eu liguei por último? Será eu foi para José? Antes disso há um número que eu não reconheço. Ah sim. Bieber, eu acho que este é o número dele. Eu rio. Eu não faço ideia de que horas são, talvez eu o acorde. Talvez ele possa me dizer por que me mandou os livros e aquela mensagem misteriosa. Se ele deseja que eu me mantenha afastada, ele deveria me deixar em paz. Eu contenho um soluço bêbado e aperto o botão para chamar o número dele de novo.
       Ele atende no segundo toque.
    - (Seu Nome)? - ele parece surpreso de receber minha ligação. Bem, francamente, eu estou surpresa por ter ligado para ele também. Então meu cérebro atrapalhado registra...Como ele sabe que sou eu?
    - Bieber... por que voo... cêêee -*soluço*- ... me enviou os livros? - eu cuspo as palavras para ele.
    - (Seu Nome), você está bem? Você soa estranha. - sua voz está cheia de preocupação.
    - Bieber, você é o estranho, não eu! - eu o acuso. Pronto. Eu disse a ele com uma coragem nascida do álcool.
    - (Seu Nome), você andou bebendo?
    - Não é da sua conta! Por que você deve se preocu... preo... preocupar?
    - Estou curioso. Onde você está?
    - Em um bar.
    - Qual?
    - Uh, uh... É um bar em Portland.
    - Como você vai chegar em casa, (Seu Apelido)?
    - Eu dou um jeito. - esta conversa não está sendo como eu pensei.
    - Que bar é esse, (Seu Nome)?
    - Por que diabos você me enviou o livro Tess de D.. Durb... D'Urberville, Justin?
    - (Seu Nome) , onde você está? Diga-me agora! - seu tom é ditatorial, como sempre um maníaco por controle. Eu o imagino como um antigo diretor de cinema, usando calças de equitação, segurando um antigo megafone em uma mão e um chicote na outra. A imagem me faz rir alto.
    - Você é tão dominante. - eu rio.
    - (Seu Apelido), me ajude, onde, cacete, você está?
       Justin Bieber está amaldiçoando comigo. Eu rio de novo.
    - Eu estou em Portland...Bem longe de Seattle.
    - Onde em Portland?
    - Boa noite, Justin!
    - (Seu Apelido)!
       Eu desligo. Ha! E ele não me respondeu sobre os livros. Eu franzo a testa. Não cumpri minha missão. Eu realmente estou bêbada. – Minha cabeça está girando terrivelmente enquanto eu avanço na fila. Bem, o objetivo de hoje era ficar bêbada. Eu consegui. Então assim que é – provavelmente não é uma experiência que irei repetir. A fila anda e agora é a minha vez. Eu olho sem ver o pôster atrás da porta do banheiro que enaltece as virtudes do sexo seguro. Puta merda, eu acabei de ligar para Justin Bieber? Merda. Meu telefone toca e eu pulo. Eu grito com a surpresa.
    - Oi. - eu murmuro timidamente. Eu não reconheci quem era.
    - Eu estou indo te buscar. - ele diz e desliga. Apenas Justin Bieber poderia soar calmo e ameaçador ao mesmo tempo.
       Puta merda! Eu puxo meu jeans para cima. Meu coração dispara. Vindo me buscar? Ah não! Eu não vou vomitar….não…estou bem. Ele está apenas mexendo com a minha cabeça. Eu não disse a ele onde eu estava. Ele não pode me achar aqui. Além disso, ele está a horas de Seattle e eu terei ido embora há muito tempo quando ele chegar. Eu lavo minhas mãos e olho meu rosto no espelho.
       Eu estou levemente corada e ligeiramente sem foco. Hmmm....tequila.
       Eu espero no bar, pelo que parece uma eternidade pela jarra de cerveja e eventualmente retorno para a mesa.
    - Você demorou. - Kate me repreende. - Onde você estava?
    - Eu estava na fila do banheiro.
       José e Levi estavam tendo um debate acalorado sobre o time local de baseball. José parou o que estava falando para colocar cerveja para todos nós e tomei um longo gole.
    - Kate, acho melhor eu parar um pouco e ir lá fora tomar um pouco de ar.
    - (Seu Apelido), você é muito fraca para bebida.
    - Eu volto em cinco minutos.
       Eu abri caminho pela multidão novamente. Eu estou começando a sentir náuseas, minha cabeça gira desconfortavelmente e eu mal consigo ficar em pé. Mais instável do que de costume. Respirando o ar frio da noite no estacionamento me faz perceber o quão bêbada eu estou.
       Minha visão foi afetada e eu estou vendo tudo dobrado, como nas reprises de Tom e Jerry. Eu acho que vou passar mal. Porque eu me deixei ficar nesse estado?
    - (Seu Apelido)! - José se junta a mim. - Você está bem?
    - Eu acho que eu bebi demais. - sorrio fracamente para ele.
    - Eu também. - ele murmura e seus olhos escuros me olham intensamente. - Você precisa de uma mão? - ele pergunta e se aproxima, colocando seus braços ao meu redor.
    - José, eu estou bem, pode me soltar. - eu tento me afastar dele, debilmente.
    - (Seu Apelido), por favor... - ele sussurra, e agora eu estou entre seus braços, sendo puxada mais para perto.
    - José, o que você está fazendo?
    - (Seu Apelido), você sabe que eu gosto de você, por favor...
       Ele coloca uma de suas mãos em minhas costas, me prendendo contra ele e a outra está no meu rosto, indo para atrás da minha cabeça. Puta merda...ele vai me beijar.
    - Não, José, pare! - eu o empurro, mas ele é todo músculos e força e eu não consigo me livrar dele. Sua mão escorreu para o meu cabelo e ele segura minha cabeça em posição.
    - Por favor (Seu Apelido), carinho - ele sussurra contra os meus lábios. Seu hálito é suave e doce, margaritas e cerveja. Ele gentilmente espalha beijos pelo meu queixo até minha boca. Eu estou apavorada, bêbada e completamente fora de controle. O sentimento é sufocante.
    - José, não! - eu suplico. - Eu não quero isso! Você é meu amigo e eu acho que vou vomitar.
    - Eu acredito que a dama disse não.
       Uma voz sombria soa suavemente. Puta merda! Justin Bieber está aqui. Como? José me larga.
    - Bieber. - ele responde laconicamente.
       Eu olho ansiosa para Justin. Ele olha de forma ameaçadora para José. Ele está furioso. Droga. Meu estômago se manifesta e eu me dobro, meu corpo não consegue mais tolerar o álcool e eu vômito espetacularmente no chão.
    - Ugh! Dios mio (Seu Nome)! - José pula para trás com nojo. Bieber pega meu cabelo e o levanta para evitar o vômito e gentilmente me leva em direção ao canteiro de flores na borda do estacionamento. Eu noto, com uma grande gratidão, que está relativamente escuro.
    - Se você for vomitar novamente, faça isso aqui. Eu seguro você. - ele coloca um de seus braços em meus ombros, enquanto o outro segura meu cabelo para ficar longe do meu rosto. Eu tento desajeitadamente empurrá-lo, mas eu vomito novamente... e novamente...ai! merda!
       Por quanto tempo isso irá durar? Mesmo quando meu estômago está vazio e nada mais acontece, arrepios horríveis descem pelo meu corpo. Eu juro silenciosamente que eu nunca mais vou beber de novo. Isto é muito apavorante para por em palavras. Finalmente, para.
       Minhas mãos estão apoiadas nos tijolos do canteiro, mal me sustentando. Vomitar profusamente é exaustivo. Bieber tira uma de suas mãos de mim e me passa um lenço. Apenas ele poderia ter um lenço de linha com monograma, recentemente lavado. JDB. Eu não sabia que ainda se podia comprar desses lenços.        Vagamente eu me pergunto o que significa o D enquanto eu limpo minha boca. Eu não consigo olhar para ele. Estou afogada na minha vergonha, com nojo de mim mesma. Eu gostaria de ser engolida pelas azaléias que estão no canteiro e estar em qualquer lugar, menos aqui. José ainda está pairando na porta do bar, olhando para nós. Eu gemo e ponho as mãos na cabeça. Este tem de ser o pior momento da minha existência. Minha cabeça ainda está girando enquanto eu tento lembrar um momento pior – e eu só consigo me lembrar da rejeição de Justin – e este tem muito mais sombras escuras em termos de humilhação. Eu arrisco olhar para ele. Ele está olhando para mim, sua face composta, não me deixando perceber nada. Eu me viro para olhar José que parece estar bem envergonhado e, como eu, intimidado por Justin. Eu o encaro.        Eu tenho poucas opções de palavras para o meu suposto amigo, nenhuma delas que eu possa repetir na frente de Justin Bieber, presidente executivo. "(Seu Apelido), quem você está enganando? Eu simplesmente te vi vomitando pelo chão e nas flores. Não há nada mais desagradável em termos de educação feminina."
    - Eu vejo você lá dentro. - José murmura, mas nós dois o ignoramos e ele entra no prédio. Eu estou por minha conta com Bieber. Dupla droga. O que eu devo dizer a ele?
       Desculpe-se pelo telefonema.
    - Eu sinto muito. - eu murmuro, olhando para o lenço, que eu amasso furiosamente com meus dedos. Tão macio.
    - Pelo que você está se desculpando (Seu Nome)?
Oh Droga! Ele quer seu maldito pedaço de carne.
    - Pelo telefonema, estando bêbada. Ah! A lista é interminável. - eu murmuro, sentindo meu rosto ficar vermelho. “Por favor, eu posso morrer agora?”
    - Todos nós já passamos por isso, talvez não de forma tão dramática como você. - ele disse secamente. - Isto é sobre conhecer seus limites, (Seu Nome). Eu quero dizer, eu sou a favor de romper os limites, mas talvez isso seja muito brando. Você tem por hábito este tipo de comportamento?
       Minha cabeça está zunindo como excesso de álcool e irritação. O que diabos isto tem a ver com ele? Eu não o convidei para vir até aqui. Ele soa como um homem de meia idade dando bronca em uma criança. Parte de mim deseja dizer que se eu quiser ficarei bêbada todas as noites e esta é a minha decisão e ela nada tem a ver com ele – mas eu não sou corajosa o suficiente. Não agora que eu vomitei na frente dela. Por que ele está parado ali?
    - Não. - eu digo de forma contrita. - Eu nunca fiquei bêbada antes e agora eu desejo nunca mais ficar.
       Eu não consigo entender por que ele está aqui. Eu começo a me sentir fraca. Ele nota minha tontura e me segura antes que eu caia e me levanta em seus braços, me segurando perto de seu peito como se eu fosse uma criança.
    - Vamos lá, eu te levo para casa. - ele murmura.
    - Eu preciso avisar Kate. - "Minha nossa Senhora! Estou nos braços dele de novo!"
    - Meu irmão pode dizer a ela.
    - O que?
    - Meu irmão Jaxon está falando com a senhorita Kavanagh.
    - Ahn? Eu não entendo.
    - Ele estava comigo quando você telefonou.
    - Em Seattle?
    - Não, eu estou no Heathman.
Ainda? Por que?
    - Como você me achou?
    - Eu rastreei seu telefone (Seu Nome).
       Claro que sim! Mas como isso é possível? Seria legal? Perseguidor, meu subconsciente sussurra através da nuvem de tequila que ainda flutua no meu cérebro, mas de alguma maneira, como é ele, eu não me importo.
    - Você tem algum casaco ou bolsa?
    - Sim, eu vim com os dois. Justin, por favor, eu preciso falar com Kate. Ela vai ficar preocupada. - ele pressionou os lábios em uma linha fina, e acenou concordando.
    - Se você precisa.
       Ele me coloca no chão e pegando minha mão me leva para dentro do bar. Eu me sinto fraca, ainda bêbada, embaraçada, exausta, mortificada e em algum nível absolutamente emocionada. Ele está agarrando minha mão, tantas emoções confusas! Eu irei precisar de pelo menos uma semana para processar isso tudo.
É barulhento, cheio e a música tinha começado, então havia uma multidão na pista de dança. Kate não estava em nossa mesa e José desapareceu. Levi parecia perdido e largado por sua conta.
    - Onde está Kate? - eu gritei por cima do barulho. Minha cabeça havia começado a latejar no mesmo compasso da música.
    - Dançando. - ele gritou, e eu podia dizer que ele estava zangado. Ele olhava Justin com suspeita.
       Eu luto com meu casaco preto e coloco minha bolsa pequena pela cabeça e ela fica de lado, nos meus quadris. Estou pronta para ir, assim que eu achar Kate.
    - Ela está na pista de dança. - eu toco no braço de Justin, fico na ponta dos pés e grito em seu ouvido, acariciando seu cabelo com meu nariz, sentindo seu cheiro limpo e fresco. Ai Meu Deus! Todos esses proibidos, não familiares sentimentos que eu tentei esconder vieram à tona e correram por meu corpo drenado. Enrubesci e em algum lugar dentro, bem dentro de mim meus músculos estalaram deliciosamente.
Ele revirou seus olhos para mim e pegou minha mão, levando-me para o bar. Ele foi servido imediatamente. Nada de espera para o senhor-do-controle Bieber. Será que tudo vem tão facilmente assim para ele? Eu não consigo ouvir o que ele pediu. Ele me entrega um copo grande de água com gelo.
    - Beba. - ele grita sua ordem para mim.
       As luzes se movem, se torcem e piscam para mim no mesmo ritmo da música, conjurando um estranho jogo de luzes e sombras por todo o bar e clientela. Elas se alternam em verde, azul, branco e um endemoniado vermelho. Ele me olha intensamente. Eu tento respirar.
    - Todo ele. - grita.
       Ele é tão arrogante. Ele passa uma mão pelos cabelos despenteados. Ele parece frustrado, zangado. Qual é o problema? Tirando uma garota boba e bêbada ligando para ele no meio da noite, que o faz pensar que ela precisa ser resgatada. E acontece que ela realmente acaba precisando ser resgatada de seu amigo amoroso. Então vê-la vomitar violentamente aos seus pés. Oh (Seu Apelido)... será que você desceu tão baixo? Meu subconsciente está figurativamente com as mãos para cima, como um egípcio e olhando para mim através de óculos com formato de meia lua. Eu balanço levemente, e ele coloca sua mão nos meus ombros, me firmando. Eu faço como me foi mandado e bebo o copo inteiro de água. Eu me sinto enjoada. Tirando o copo de mim, ele o coloca no bar. Eu noto através da névoa da bebida que ele está usando uma blusa branca solta, jeans confortável, all-star preto e uma jaqueta. Sua blusa está desabotoada em cima e eu consigo ver o começo dos pelos de seu peito. No meu estado grogue, ele parece delicioso.
       Ele pega minha mão mais uma vez. Puta merda! Ele está me levando para a pista de dança. Merda. Eu não danço. Ele pode sentir minha relutância e sobre as luzes coloridas ele parece divertido, sorrindo sardonicamente. Ele aperta e me puxa pela mão e eu estou em seus braços novamente, então ele começa a se mexer, me levando com ele. Cara, ele sabe dançar. E eu não consigo acreditar que eu o estou seguindo passo por passo. Talvez seja porque eu estou bêbada. Ele me segura apertado contra ele, seu corpo colado ao meu... se ele não estivesse me segurando tão apertado, eu estou certa de que eu já teria caído. No fundo da minha mente, o mantra de minha mãe ressoa: nunca confie em um homem que sabe dançar.
       Ele nos leva através da pista lotada até o outro lado, perto de Kate e Jaxon, o irmão dele. A música é um martelar constante, alta e ardilosa, dentro e fora da minha cabeça. Eu suspiro. Kate está se movendo. Ela está dançando loucamente e ela apenas faz isso quando ela realmente gosta de alguém. Realmente gosta de alguém. Isso significa que amanhã haverá três de nós para o café da manhã. Kate!
       Justin se reclina e grita nos ouvidos de Jaxon. Eu não consigo ouvir o que ele diz. Jaxon é alto, com ombros largos, cabelos loiros lisos, um sorriso aberto e olhos brincalhões. Eu não consigo saber de que cor eles são por causa das luzes. Jaxon concorda e puxa Kate para seus braços, onde ela vai muito contente. Kate! Até mesmo no meu estado inebriado eu fico chocada. Ela acabou de conhecê-lo. Ela concorda com o que quer que Jaxon tenha dito, olha para mim e acena. Justin nos impulsiona para fora da pista de dança rapidamente.
       Mas eu não consegui falar com ela. Será que está bem? Eu posso ver que as coisas estão indo bem para os dois. Eu preciso ler sobre como fazer sexo seguro. No fundo da minha mente, eu espero que ela tenha lido um dos posteres do banheiro. Meus pensamentos colidem pelo meu cérebro, brigando com meu estado ébrio e confuso. Está tão quente aqui, tão barulhento, tão colorido – muito brilhante. Minha cabeça começa a rodas, ai, não...e eu consigo sentir o chão subindo para encontrar o meu rosto, quando eu caio.
       A última coisa de que me lembro antes de desmaiar nos braços de Justin Bieber e o sonoro epíteto:
    - Porra!

    [......]

       Tudo está em silêncio, as luzes estão apagadas. Estou muito cômoda e aquecida nesta cama. Que bom... Abro meus olhos, por um momento estou tranquila e serena, desfrutando do ambiente, que não conheço. Não tenho nenhuma ideia de onde estou. O travesseiro da cama tem a forma de um sol enorme. Parece-me estranhamente familiar. O quarto é grande e está luxuosamente decorado em tons marrons, dourados e bege. Já a vi isso antes. Onde? Meu ofuscado cérebro procura entre suas lembranças recentes. Droga! Estou no hotel, em Heathman... em uma suíte. Estive em uma parecida junto com Kate. Esta parece maior. Oh, droga. Estou na suíte de Justin Bieber. Como cheguei até aqui?
       Pouco a pouco, as imagens fragmentadas da noite começam a me torturar. A bebedeira. — OH, não, a bebedeira. A ligação. —OH, não, a ligação, meu vômito. — OH, não, eu vomitei... José e depois Justin. OH, não. Morro de vergonha. Não recordo como cheguei aqui. Estou vestindo uma camiseta, o sutiã e a calcinha. Sem as meias três quartos e nem o jeans. Droga.
       Observo uma mesinha do quarto. Há um copo de suco de laranja e dois comprimidos. Ibuprofeno. Sua obsessão por controle está em todos os lugares. Levanto-me da cama e tomo os comprimidos. A verdade é que não me sinto tão mal, certamente estou muito melhor do que mereço. O suco de laranja está delicioso. Tira-me a sede e me refresca.
       Ouço uns golpes na porta. Meu coração bate tão forte e minha voz quase não sai por minha boca, mas mesmo assim, Justin abre a porta e entra.
       Ah, ele estava fazendo exercício. Veste uma calça de moletom cinza que lhe cai ligeiramente um pouco abaixo dos quadris e uma camiseta cinza de ginástica, empapada de suor, assim como seu cabelo. Justin Bieber estava suado. A ideia me parece estranha. Eu respiro profundamente e fecho os olhos. Sinto-me como uma menina de dois anos.
    - Bom dia, (Seu Nome). Como se sente?
    - Melhor do que mereço - eu murmuro.
       Levanto o olhar para ele. Ele larga uma bolsa grande, de uma loja de roupas, em um divã e pega ambos os extremos da toalha que tem ao redor dos ombros. Seus impenetráveis olhos cor-de-mel me olham fixamente. Não tenho nem ideia do que está pensando, como sempre. Ele sabe esconder o que pensa e o que sente.
    - Como cheguei até aqui? - pergunto-lhe em voz baixa, constrangida.
       Ele senta-se num lado da cama. Está tão perto de mim que poderia tocá-lo, poderia cheirá-lo. Minha nossa... Suor, gel e Justin. Um coquetel embriagador, muito melhor que as margaritas, agora sei por experiência.
    - Depois que você desmaiou não quis pôr em perigo o tapete de pele de meu carro te levando para a sua casa, assim te trouxe para este local. - respondeu-me sem se alterar.
    - Você me colocou na cama?
    - Sim. - ele respondeu-me impassível.
    - Voltei a vomitar? - pergunto-lhe em voz mais baixa.
    - Não.
    - Foi você quem tirou minha roupa? — eu sussurro.
    - Sim. - ele me olha elevando uma sobrancelha e fico mais vermelha que nunca.
    - Não fizemos...? - eu sussurro, com a boca seca, de vergonha, mas não posso terminar a frase. Eu olho para as minhas mãos.
    - (Seu Nome), você estava quase em coma. Necrofilia não é a minha área. Eu gosto que minhas mulheres estejam conscientes e sejam receptivas. - ele me responde secamente.
    - Sinto muito.
Seus lábios esboçam um sorriso zombador.
    - Foi uma noite muito divertida. Demorarei para esquecê-la.
       Eu também... OH, ele estava rindo de mim, e muito... Eu não lhe pedi que viesse me buscar. Não entendo por que tenho que acabar me sentindo como a vilã do filme.
    - Não tinha por que seguir meu rastro, com algum equipamento pertencente ao James Bond, que está desenvolvendo em sua companhia. - eu digo bruscamente.
       Ele me olha fixamente, surpreso e, se eu não me equivoco, um pouco ofendido.
    - Em primeiro lugar, a tecnologia para localizar celulares está disponível na internet. Em segundo lugar, minha empresa não investe em nenhum aparelho de vigilância, nem os fabrica. E em terceiro lugar, se não tivesse ido te buscar, certamente você teria despertado na cama do fotógrafo e, se não estou esquecido, você não estava muito entusiasmada com os métodos dele de te cortejar. - ele disse de forma mordaz.
Métodos de me cortejar! Levanto o olhar para Justin, que me olha fixamente com olhos brilhantes, ofendidos. Eu tento morder meus lábios, mas não consigo reprimir a risada.
    - De que texto medieval você tirou isso? Parece um cavaleiro branco da corte.
       Vejo que seu aborrecimento se vai. Seus olhos se adoçam, sua expressão se torna mais cálida e em seus lábios parece esboçar um sorriso.
    - Não acho, (Seu Nome). Um cavaleiro negro, possivelmente. - ele me diz com um sorriso zombador. - Jantou ontem?
       Seu tom é acusador. Nego com a cabeça. Que grande pecado cometi agora? Ele tem a mandíbula tensa, mas seu rosto segue impassível.
    - Tem que comer. Por isso você passou mal. De verdade, é a primeira norma quando se bebe.
Passa a mão pelo cabelo, mas agora está muito nervoso.
    - Você vai continuar me repreendendo?
    - Estou te repreendendo?
    - Acredito que sim.
    - Tem sorte que só estou falando.
    - O que quer dizer?
    - Bom, se fosse minha, depois do que fez ontem, não se sentaria durante uma semana. Não jantou, embebedou-se e se pôs em perigo.
       Ele fecha os olhos. Por um instante o terror se reflete em seu rosto e ele estremece. Quando abre os olhos, me olha fixamente.
    - Não quero nem pensar no que poderia ter acontecido.
       Eu o fito com uma expressão carrancuda. O que lhe passa? Porque se importa? Se eu fosse dele... Bem, não sou. Embora possivelmente eu gostaria de sê-lo. A ideia abre caminho entre meu aborrecimento por suas palavras arrogantes. Ruborizo-me por culpa de meu caprichoso subconsciente, que dá saltos de alegria com uma saia havaiana vermelha, só de pensar que poderia ser dele.
    - Não teria me acontecido nada. Estava com Kate.
    - E o fotógrafo? - pergunta-me bruscamente.
Mmm... José. Em algum momento terei que conversar com ele.
    - José simplesmente passou da conta.
Encolho meus ombros.
    - Bem, na próxima vez que ele passar da conta, alguém deveria lhe ensinar algumas maneiras.
    - Você é muito partidário da disciplina. - digo-lhe entre dentes.
    - OH, (Seu Nome), não sabe o quanto. - fecha um pouco os olhos e ri perversamente.
       Deixa-me desarmada. De repente, estou confusa e zangada, e ao mesmo tempo estou contemplando seu precioso sorriso. Uau... Estou encantada, porque eu não estou acostumada ao seu sorriso. Quase esqueço o que está me dizendo.
    - Vou tomar banho. Se você não preferir tomar banho primeiro...
       Ele inclina a cabeça, ainda sorrindo. Meu coração bate acelerado e o cérebro se nega a fazer as conexões oportunas para que eu respire. Seu sorriso se faz mais amplo. Aproxima-se de mim, inclina-se e me passa o polegar pelo rosto e pelo lábio inferior.
    - Respire, Anastásia. - sussurra-me. E logo se levanta e se afasta. - Em quinze minutos trarão o café da manhã. Deve estar morta de fome. - ele entra no banheiro e fecha a porta.
       Solto o ar que estava segurando. Por que é tão alucinantemente atraente? Agora mesmo, me meteria na ducha com ele. Nunca havia sentido algo assim por alguém. Ele ativou meus hormônios. Arde-me a pele por onde ele passou seu dedo. Uma incômoda e dolorosa sensação me faz retorcer. Não entendo esta reação. Mmm... Desejo. É desejo. Assim se sente alguém quando se deseja.
       Deixo-me cair sobre os travesseiros suaves de plumas. Se fosse minha... Ai, o que estaria disposta a fazer para ser dele? É o único homem que conseguiu acelerar o sangue em minhas veias. Mas também me põe os nervos em pé. É difícil, complexo e pouco claro. De repente, me rechaça, mais tarde, me manda livros que valem quatorze mil dólares, depois me segue no bar como se fosse um perseguidor. E no fim de tudo, passei a noite na suíte de seu hotel e me sinto segura. Protegida.
       Preocupo lhe o suficiente para que venha me resgatar, de algo que equivocadamente acreditou que fosse perigoso. E ainda é um cavaleiro. É um cavaleiro branco, com armadura brilhante, resplandecente. Um herói romântico. Sir Gawain ou sir Lancelot. Saio de sua cama e procuro freneticamente meu jeans. Abro a porta do banheiro e aparece ele, molhado e resplandecente por causa da ducha, ainda sem se barbear, com uma toalha ao redor da cintura, e ali estou eu... De calcinhas, olhando-o boquiaberta e me sentindo muito incômoda.
       Surpreende-lhe que eu esteja em pé.
    - Se está procurando seu jeans, mandei-o à lavanderia. - ele me fala com um olhar impenetrável. - Estava salpicado de vômito.
    - Ah. - fico vermelha. Por que diabos, tenho sempre que sentir-me tão deslocada?
    - Mandei Taylor comprar outro e umas sapatilhas esportes. Estão nessa bolsa.
Roupa nova. Isso era realmente inesperado.
    - Bom... Vou tomar banho. - eu murmuro. - Obrigada. - que outra coisa posso dizer? Pego a bolsa e entro correndo no banheiro para me afastar da perturbadora proximidade de Justin nu. David de Michelangelo não é nada, comparado com ele. O banheiro está branco de vapor. Dispo-me e entro rapidamente na ducha, impaciente por sentir o jorro de água quente sobre meu corpo.
       Levanto a cara para a desejada corrente. Desejo Justin Bieber. Desejo-o desesperadamente. É sincero. Pela primeira vez em minha vida quero ir para cama com um homem. Quero sentir suas mãos e sua boca em meu corpo. Ele me disse que gosta que suas mulheres estejam conscientes. Então certamente ele se deita com mulheres. Mas não tentou me beijar, como Paul e José. Não o entendo. Deseja-me? Não quis me beijar na semana passada. Pareço-lhe repulsiva? Mas estou aqui, ele me trouxe. Não entendo seu jogo. O que pensa? Dormi em sua cama a noite toda, parece-me meio doido. Tire suas conclusões, (Seu Apelido). Meu subconsciente aparece com sua feia e insidiosa cara. Não dou a mínima importância. A água quente me relaxa. Mmm... Poderia ficar debaixo do jato, neste banheiro, para sempre. Pego o gel, que cheira a Justin. É um aroma delicioso. Esfrego todo o meu corpo, imaginando que é ele quem o faz, que ele esfrega este gel pelo meu corpo, pelos seios, pela barriga e entre as coxas, com suas mãos, com seus dedos longos. Minha nossa. Meu coração dispara. E é uma sensação muito... muito prazerosa.
    Ele bate na porta e levo um susto.
    - Chegou o café da manhã.
    - T-tudo bem — o susto me arrancou cruelmente de meu sonho erótico.
       Saio da ducha e pego duas toalhas. Com uma envolvo o cabelo ao estilo Carmen Miranda, e com a outra me seco a toda pressa evitando a prazerosa sensação da toalha esfregando minha pele hipersensível. Abro a bolsa. Taylor me comprou não só um jeans, mas também uma camisa azul céu, meias três quartos e roupas íntimas. Minha Nossa!
       Sutiã e calcinha limpos... Descrevê-los de maneira mundana, não lhes faz justiça. São de uma marca de lingerie europeia de luxo, com desenho delicioso. Renda e seda azul celeste. Uau. Fico impressionada e um pouco intimidada. E, além disso, é exatamente do meu tamanho. Com certeza. Ruborizo-me pensando no rapaz, em uma loja de lingerie, comprando estes objetos. Pergunto-me a que outras coisas ele se dedica em suas horas de trabalho. Visto-me rapidamente. O resto da roupa também fica perfeito. Seco o cabelo com a toalha e tento desesperadamente controlá-lo, mas, como sempre, nega-se a colaborar. Minha única opção é fazer um acréscimo, mas não tenho secador de cabelo. Devo ter algo na bolsa, mas onde está? Respiro fundo. Chegou o momento de enfrentar o senhor Perturbador. Alivia-me encontrar o quarto vazio. Procuro rapidamente minha bolsa, mas não está por aqui. Volto a respirar fundo e vou à sala de estar da suíte. É enorme. Há uma luxuosa zona para sentar-se, cheia de sofás e grandes almofadas, uma sofisticada mesinha com uma pilha grande de livros ilustrados, uma zona de estudo com o último modelo de computador e uma enorme televisão de plasma na parede. Justin está sentado à mesa de jantar, no outro extremo da sala, lendo o jornal. A sala é mais ou menos do tamanho de uma quadra de tênis. Não que eu jogue tênis, mas fui ver Kate jogar, várias vezes. Kate!
    - Merda, Kate! - digo com voz rouca.
       Justin eleva os olhos para mim.
    - Ela sabe que está aqui e que está viva. Mandei uma mensagem pelo Jaxon. - ele diz com certa ironia.
       OH, não. Recordo de sua ardente dança ontem, tirando proveito de todos os seus movimentos, exclusivamente, para seduzir o irmão de Justin Bieber, nada menos. O que vai pensar sobre eu estar aqui? Nunca passei uma noite fora de casa. Está ainda com o Jaxon. Ela só fez algo assim duas vezes, e nas duas vezes, foi meio doido para mim aguentar o espantoso pijama cor de rosa durante uma semana, quando terminaram. Ela vai pensar que eu também me enrolei com Justin.
       Justin me olha impaciente. Veste uma camisa branca de linho, com o peito e os punhos desabotoados.
    - Sente-se. - ordena, assinalando para a mesa.
       Cruzo a sala e me sento na frente dele, como me indicou. A mesa está cheia de comida.
    - Não sabia do que você gosta, assim pedi um pouco de tudo.
Dedica-me um meio sorriso, como desculpa.
    - Você é um esbanjador. - murmuro atrapalhada pela quantidade de pratos, embora tenha fome.
    - É... eu sou - diz em tom culpado.
       Opto por panquecas, xarope de arce, ovos mexidos e bacon. Justin tenta ocultar um sorriso, enquanto volta o olhar a sua panqueca. A comida está deliciosa.
    - Chá? - ele pergunta-me.
    - Sim, por favor.
       Estende um pequeno bule cheio de água quente, na xícara há uma saquinho do Twinings English Breakfast. Ele lembrou-se do chá que eu gosto.
    - Seu cabelo está muito molhado.
    - Não encontrei o secador. - sussurro incômoda. Não o procurei.
Justin aperta os lábios, mas não diz nada.
    - Obrigada pela roupa.
    - É um prazer, (Seu Nome). Esta cor te cai muito bem.
       Ruborizo-me e olho fixamente para meus dedos.
    - Sabe? Deveria aprender a receber galanteios. - ele me diz em tom fustigante.
    - Deveria te dar dinheiro pela roupa.
Ele me olha como se estivesse ofendendo-o. Sigo falando.
    - Já me deu os livros, que não posso aceitar, é obvio. Mas a roupa... Por favor, me deixe que lhe pague isso. - digo tentando convencê-lo com um sorriso.
    - (Seu Nome), eu posso fazer isso, acredite.
    - Não se trata disso. Por que você me deu esta roupa?
    - Porque eu posso.
Seus olhos despedem um sorriso malicioso.
    - O fato de que possa não diz que deva. - respondo tranquilamente.
       Ele me olha elevando uma sobrancelha, com olhos brilhantes, e de repente me dá a sensação de que estamos falando de outra coisa, mas não sei do que. E isso me recorda...
    - Por que me mandou os livros, Justin? - pergunto-lhe em tom suave.
       Deixa os talheres e me olha fixamente, com uma insondável emoção ardendo em seus olhos. Maldito seja... Ele me seca a boca.
    - Bom, quando o ciclista quase te atropelou... e eu te segurava em meus braços e seus olhos diziam: "me beije, me beije, Justin"... - ele encolhe os ombros. - Bom, acreditei que te devia uma desculpa e uma advertência. - passou uma mão pelo cabelo. - (Seu Nome), eu não sou um homem de flores e corações. Não me interessam as histórias de amor. Meus gostos são muito peculiares. Deveria te manter afastada de mim. - fecha os olhos, como se negasse a aceitá-lo. - Mas há algo em você que me impede de me afastar. Suponho que já o tinha imaginado.
       De repente, já não sinto fome. Ele não pode se afastar de mim!
    - Então, não se afaste - eu sussurro.
Ele ficou boquiaberto e com os olhos nos pratos.
    - Não sabe o que está pedindo.
    - Então me explique isso.
Olhamo-nos fixamente. Nenhum dos dois toca na comida.
    - Então, sei que sai com mulheres... - digo-lhe.
Seus olhos brilham divertidos.
    - Sim, (Seu Nome), eu saio com mulheres. - ele faz uma pausa para que assimile a informação e de novo me ruborizo. Tornou-se a romper o filtro que separa meu cérebro da boca. Não posso acreditar que disse algo assim em voz alta.
    - Que planos tem para os próximos dias? - ele me pergunta em tom suave.
    - Hoje trabalho, a partir do meio-dia. Que horas são? - exclamo assustada.
    - Pouco mais de dez horas. Tem tempo de sobra. E amanhã? - colocou os cotovelos sobre a mesa e apoiou o queixo em seus compridos e finos dedos.
    - Kate e eu vamos começar a empacotar. Mudamos para Seattle no próximo fim de semana, e eu trabalho no Clayton's toda esta semana.
    - Já têm casa em Seattle?
    - Sim.
    - Onde?
    - Não lembro o endereço. Mas é no distrito de Pike Market District.
    - Não é longe da minha casa. - diz sorrindo. - E no você que vai trabalhar em Seattle?
       Onde quer chegar com todas estas perguntas? O santo inquisidor Justin Bieber é quase tão pesado como a Santa inquisidora Katherine Kavanagh.
    - Mandei meu curriculum para vários lugares para fazer estágio. Ainda espero resposta.
    - Você mandou para a minha Companhia?
Ruborizo-me... Claro que não.
    - Bom... não.
    - O que há de ruim com minha Companhia?
    - Sua "companhia" ou sua Companhia (empresa)? — pergunto-lhe com uma risada maliciosa.
    - Está rindo de mim, senhorita Steele?
       Inclina a cabeça e acredito que parece divertido, mas é difícil sabê-lo. Ruborizo e desvio meu olhar para meu café da manhã. Não posso olhá-lo nos olhos quando fala nesse tom.
    - Eu gostaria de morder esse lábio. - sussurra perturbadoramente
       Não estou consciente de que estou mordendo meu lábio inferior. Depois de um leve susto, fico boquiaberta. É a coisa mais sexy que me disse. Meu coração pulsa a toda velocidade e acredito que estou ofegando. Meu Deus! Estou tremendo, totalmente perdida e meio doida. Mexo-me na cadeira e procuro seu impenetrável olhar.
    - Por que não o faz? - o desafio em voz baixa.
    - Porque não vou te tocar, (Seu Nome)... não até que tenha seu consentimento por escrito — diz-me esboçando um ligeiro sorriso.
       O quê?
    - O que quer dizer?
    - Exatamente o que falei. - sussurra e move a cabeça divertido, mas também impaciente.
    - Tenho que lhe mostrar isso (Seu Nome). A que hora sai do trabalho esta tarde?
    - Às oito.
    - Bem, poderíamos ir jantar na minha casa em Seattle, esta noite ou no sábado que vem, onde lhe explicaria isso. Você decide.
    - Por que não me pode dizer isso agora?
    - Porque estou desfrutando o meu café da manhã e de sua companhia. Quando você souber, certamente não vai querer voltar a me ver.
    - O que significa tudo isto? Trafica com meninos de algum recôndido fundão do mundo para prostituí-los? Faz parte de alguma perigosa gangue mafiosa?
       Isso explicaria por que é tão rico. É profundamente religioso? É impotente? Seguro que não... poderia me demonstrar isso agora mesmo. Incomodo-me pensando em todas as possibilidades. Isto não leva a nenhuma parte. Eu gostaria de resolver o enigma de Justin Bieber, o quanto antes. Se isso implicar que seu segredo é tão grave que não vou querer voltar ou ter nada com ele, então, a verdade será um alívio. Não se engane!, grita o meu subconsciente. Terá que ser algo muito ruim para que saia correndo.
    - Esta noite.
    - Esta noite.
Levanta uma sobrancelha.
    - Como Eva, quero provar quanto antes o fruto da árvore da ciência.
Solta uma risada maliciosa.
    - Está rindo de mim, Sr. Bieber? — pergunto-lhe em tom suave.
Olha-me apertando os olhos e saca seu BlackBerry. Tecla um número.
    - Taylor, vou necessitar do Charlie Tango.
Charlie Tango! Quem é esse?
    - Desde Portland. A... digamos às oito e meia... Não, fica na escala... Toda a noite.
Toda a noite!
    - Sim. Até amanhã pela manhã. Pilotarei de Portland a Seattle.
Pilotará?
    - Piloto disponível ás dez e meia.
Deixa o telefone na mesa. Sem dizer nem por favor, nem obrigado.
    - As pessoas sempre fazem o que você manda?
    - Eles devem fazê-lo, se não quiserem perder seu trabalho. - ele responde-me inexpressivo.
    - E se não trabalharem para você?
    - Bom, posso ser muito convincente, (Seu Nome). Deveria terminar o café da manhã. Logo a levarei para casa. Passarei para te buscar pelo Clayton's as oito, quando sair. Voaremos à Seattle.
    - Voaremos?
    - Sim. Tenho um helicóptero.
       Olho para ele boquiaberta. Segunda entrevista com o misterioso Justin Bieber. De um café a um passeio em helicóptero. Uau.
    - Iremos a Seattle de helicóptero?
    - Sim.
    - Por quê?
Ele sorri perversamente.
    - Porque eu posso. Termine o café da manhã.
       Como vou comer agora? Vou a Seattle de helicóptero com Justin Bieber. E quer me morder o lábio... Estremeço só de pensar.
    - Coma. - ele diz bruscamente. - (Seu Nome), não suporto jogar comida fora... Coma.
    - Não posso comer tudo isto. - digo olhando o que ficou na mesa.
    - Coma o que há em seu prato. Se ontem tivesse comido como devido, não estaria aqui e eu não teria que mostrar minhas cartas tão cedo.
       Aperta os lábios. Parece zangado.
       Franzo o cenho e miro a comida que há em meu prato, já fria. Estou muito nervosa para comer, Justin. Você não entende? Explica meu subconsciente. Mas sou muito covarde para dizê-lo em voz alta, sobretudo, quando parece tão áspero. Mmm... como um menino pequeno. A ideia me parece divertida.
    - O que parece tão engraçado? - pergunta-me.
       Como não me atrevo a dizer-lhe, não levanto os olhos do prato. Enquanto eu como a última parte da panqueca, elevo o olhar. Ele me observa com olhos escrutinadores.
    - Boa garota. Te levarei para casa assim que tenha secado o cabelo. Não quero que fique doente.
       Suas palavras têm um pouco de promessa implícita. O que quer dizer? Levanto-me da mesa. Por um segundo me pergunto se deveria lhe pedir permissão, mas descarto a ideia. Parece-me que abriria um precedente perigoso. Dirijo-me a seu quarto, mas uma ideia me detém.
    - Onde dormiu?
       Viro-me para olhá-lo. Está ainda sentado à mesa de jantar. Não vejo mantas nem lençóis pela sala. Possivelmente já os tenha recolhido.
    - Em minha cama. — responde-me, de novo, com olhar impassível.
    - Oh.
    - Sim, para mim também foi uma novidade. - ele diz sorrindo. - Dormir com uma mulher... sem sexo.
    - Sim, "sexo". — digo e ruborizo, é obvio.
    - Não. - responde movendo a cabeça e franzindo o cenho, como se acabasse de recordar algo desagradável. - Sinceramente, só dormir com uma mulher.
       Agarra o jornal e segue lendo.
       O que significa isso? Alguma vez dormiu com uma mulher? É virgem? Duvido, de verdade. Fico olhando-o sem acreditar nisso. É a pessoa mais enigmática que já conheci. Dei-me conta de que dormi com Justin Bieber. Daria tudo para estar acordada e vê-lo dormir. Vê-lo vulnerável. É difícil imaginar. Bom, acho que descobrirei esta noite.
       Já no quarto, procuro em uma cômoda e encontro o secador. Seco o cabelo como posso, lhe dando forma com os dedos. Quando terminei, vou ao banheiro. Quero escovar os dentes. Vejo a escova de Justin. Seria como colocar ele na boca. Mmm... Olho rapidamente para a porta do banheiro... me sentindo culpada. Está úmida. Deve tê-la utilizado. Agarro-a a toda pressa, coloco pasta de dente e me escovo rapidamente. Sinto-me como uma garota má. Resulta muito emocionante.
       Recolho a camiseta, o sutiã e a calcinha de ontem, coloco na sacola que Taylor me trouxe e volto para a sala de estar a procurar da bolsa e da jaqueta. Para minha grande alegria, tenho um elástico de cabelo na bolsa. Justin me observa com expressão impenetrável enquanto me arrumo. Noto como seus olhos me seguem enquanto me espera que eu termine. Está falando com alguém no seu celular.
    - Querem dois...? Quanto vai custar...? Bem, e que medidas de segurança temos ali...? Irã pelo Suez...? Ben Suam é seguro...? E quando a Darfur...? De acordo, adiante. Mantenha-me informado de como vão às coisas.
    - Está pronta? - ele pergunta.
       Confirmo. Pergunto-me sobre o que era a conversa. Pega uma jaqueta azul marinho, agarra as chaves do carro e se dirige à porta.
    - Você primeiro, Srta. Steele. — murmura abrindo a porta.
Tem um aspecto elegante, embora informal.
       Fico olhando-o por um segundo mais. E pensando que dormi com ele esta noite, e que, fora às tequilas e o vômito, continua aqui. Não só isso, mas além disso quer me levar a Seattle. Por que a mim? Não o entendo. Cruzo a porta recordando suas palavras: "Há algo em você...". Bom, o sentimento é mútuo, Sr. Bieber, e quero descobrir qual é seu segredo.
       Percorremos o caminho em silencio até o elevador. Enquanto esperamos, levanto um instante à cabeça para ele, que está me olhando. Sorrio e ele franze os lábios.
       Chega o elevador e entramos. Estamos sozinhos. De repente, por alguma inexplicável razão, provavelmente por estar tão perto em um lugar tão reduzido, a atmosfera entre nós muda e se carrega de elétrica e excitante antecipação. Minha respiração acelera e o coração dispara. Ele olha um pouco para mim, com olhos totalmente impenetráveis. Olha para meus lábios.
    - Foda-se a papelada. - encosta-se em mim e me empurra contra a parede do elevador. Antes que me dê conta, me prende os dois pulsos com uma mão, levanta-os acima da minha cabeça e me imobiliza contra a parede com os quadris. Meu Deus. Com a outra mão me agarra pelo cabelo, puxa-o para baixo para me levantar o rosto e cola seus lábios aos meus. Quase me faz mal. Gemo o que lhe permite aproveitar a ocasião para colocar a língua e explorar minha boca. Nunca me beijaram assim. Minha língua acaricia timidamente a sua e se une a uma lenta e erótica dança de sensações, de sacudidas e empurradas. Levanta a mão e agarra a minha mandíbula para que não me mova. Estou indefesa, com as mãos unidas acima da cabeça, o rosto preso e seus quadris me imobilizando.
       Sinto sua ereção contra meu ventre. Meu deus... ele me deseja. Justin Bieber, o deus grego, me deseja, e eu o desejo, aqui... Agora, no elevador.
    - Você.É.A.Coisa.Mais.Doce.Que.Eu.Já.Encontrei! - ele murmura entrecortadamente.
       O elevador se detém, e a porta se abre, e em um abrir e fechar de olhos ele me solta e se separa de mim. Três homens trajados de ternos nos olham e entram sorridentes. Meu coração está acelerado. Sinto como se eu tivesse subido correndo por um grande morro. Quero me inclinar e me sujeitar às risadas, mas seria muito óbvio.
       Eu o olho. Parece absolutamente tranquilo, como se tivesse estado fazendo palavras cruzadas do Seattle Time. Que injusto. Não o afeta o mínimo a minha presença? Me olha de canto de olho e deixa escapar um ligeiro suspiro. Ok, o afeta, e a deusa interior que levo dentro de mim, sacode os quadris e dança um SAMBA para celebrar a vitória. Os homens de negócios descem no primeiro andar.
    - Você escovou os dentes. - ele fala me olhando fixamente.
    - Usei sua escova.
Seus lábios esboçam um meio sorriso.
    - Ai, (Seu Nome) Steele, o que vou fazer contigo?
As portas se abrem no saguão, ele pega a minha mão e sai comigo.

    - O que há com elevadores? - ele murmura para si mesmo, cruzando o saguão em grandes passos. Luto para alcançar seus passos, porque todo meu raciocínio ficou esparramado pelo chão e as paredes do elevador número 3 do hotel Heathman.





Oi amores!!! Aqui está mais um capítulo de CTC...
Quero avisar que dessa vez eu não pedirei nenhuma quantia de comentários... só digo que, dependendo se tiver comentários aqui, de noite eu posto o 12º capítulo...
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