Divulgando a fanfic da Hellen:
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Eu acompanho a fic, ela tá no começo, mas é cheia de segredos, garanto que vcs vão gostar!
P.O.V. (Seu Nome) Steele On
Eu toquei meus lábios, estavam inchados de seu beijo. Definitivamente, aconteceu. Sou uma mulher mudada. Eu quero este homem, desesperadamente, e ele me quer.
Olho-o. Justin está como de costume: correto, educado e um pouco distante.
Tão confuso.
Ele liga o motor e abandona sua vaga no estacionamento. Liga o leitor de MP3. O interior do carro foi preenchido pela mais doce e mais mágica música que duas mulheres cantavam. Uau... todos os meus sentidos estão em desordem, por isso estou duplamente afetada. Enviou arrepios deliciosos a minha coluna vertebral. Justin se dirigiu para SW Park Avenue, e guiou com uma fácil e preguiçosa confiança.
— O que estamos ouvindo Justin?
— É uma peça da ópera Lakmé.
— Justin, é maravilhoso!
— É, não é?
Ele sorriu enquanto olhava para mim. E por um momento aparentou sua idade, jovem, despreocupado e bonito até perder o sentido. É esta a chave para chegar a ele? A música? Sento-me e ouço as vozes angélicas, sussurrantes e sedutoras.
— Pode voltar a tocá-la?
— Claro.
Justin apertou um botão, e a música voltou a me acariciar. Invadiu meus sentidos de forma lenta, suave e doce.
— Você gosta de música clássica? — Perguntei tentando descobrir algo de suas preferências pessoais.
— Meu gosto é eclético, (Seu Nome). Ele muda com o meu humor. Clássico, moderno, música coral de igreja, Tudor, de tudo... o que melhor se adequar ao meu humor no momento. E você?
— Eu também!
Voltou-se em minha direção, me olhou um instante e voltou a fixar os olhos na estrada. Pressionou um botão e começou a soar os Kings of Leon. Este eu conheço. "Sex on Fire." Muito oportuno. Repentinamente, o som de um celular interrompeu a música. Justin apertou um botão do volante.
— Bieber. — Respondeu bruscamente.
— Sr. Bieber, sou eu, Welch. Tenho a informação que pediu.
Uma voz áspera e imaterial chegou através dos alto-falantes.
— Tudo bem. Mande por e-mail para mim. Se você não tiver nada a acrescentar.
— Não, senhor.
Apertou o botão, a chamada encerrou e voltou a tocar a música. Nem adeus, nem obrigado. Estou tão feliz que eu nunca seriamente considerei trabalhar para ele.
Estremeço sozinha só de pensar. É muito controlador e frio com seus empregados. O telefone voltou a interromper a música.
— Bieber.
— O AND foi por e-mail para você, Sr. Bieber.
Era uma voz de mulher.
— Ótimo. Isso é tudo, Andrea.
Justin desligou ao pressionar um botão do volante. Logo que a música recomeçou, o telefone voltou a tocar. Nisto consistia sua vida, em constantes telefonemas irritantes?
— Bieber. — Disse bruscamente.
— Ei, mano! Você transou na noite passada?
— Olá pra você também, Jaxon... Você está no viva voz, e eu não estou sozinho no carro.
Justin suspirou.
— Quem está com você?
Justin balançou a cabeça.
— (Seu Nome) Steele.
— Hey, (Seu Apelido)!
— Oi, Jaxon.
— Kate me falou muito sobre você, (Seu Apelido). — Jaxon murmurou com voz rouca.
Justin franziu o cenho.
— Espero que tenha falado tudo de bom, Jaxon. — eu disse.
Jaxon riu.
— Jaxon, estou indo deixar (Seu Nome) na casa dela. — Justin disse usando meu nome completo. — Você precisa de uma carona?
— Yeah!
— Eu vejo você em breve, então.
Justin desligou o telefone e a música voltou a tocar.
— Por que você insiste em me chamar de (Seu Nome)?
— Porque é seu nome.
— Prefiro (Seu Apelido).
— Prefere?
Quase chegamos a minha casa. Não demoramos muito.
— (Seu Nome)... — Disse pensativo.
Olhei-o com uma expressão má, mas ele não se importou.
— O que aconteceu no elevador não vai acontecer de novo, sem ter sido programado. — Ele disse.
Parou o carro em frente a minha casa. Dei-me conta, de repente, que não me perguntou onde eu vivia. Já sabia. Claro que sabia onde vivo, pois me enviou os livros. Como não o faria um caçador, com um rastreador de celular e proprietário de um helicóptero?
Por que não vai voltar a me beijar? Faço um gesto de desgosto ao pensar nisso. Não o entendo. Honestamente, seu sobrenome deveria ser Enigmático, não Bieber. Ele saiu do carro, andando com facilidade, suas pernas longas deram a volta com graça ao redor do carro para o meu lado a fim de abrir a porta. Sempre é um perfeito cavalheiro, exceto, possivelmente, em estranhos e preciosos momentos nos elevadores. Ruborizei-me e o pensamento que eu tinha sido incapaz de tocar adentrou na minha mente. Queria deslizar meus dedos por seu cabelo alvoroçado, mas não podia mover as mãos. Senti-me frustrada ao lembrar.
— Eu realmente gostei da experiência do elevador. — Murmurei ao sair do carro.
Não estou segura se ouvi um ofegar afogado, mas escolhi fazer caso omisso e subi os degraus da entrada.
Kate e Jaxon estavam sentados à mesa. Os livros de quatorze mil dólares não estavam ali, felizmente. Tenho planos para eles. Kate mostrou um sorriso ridículo e pouco habitual, e sua juba despenteada lhe dava um ar muito sexy. Justin me seguiu até a sala de estar, e embora Kate sorrisse com uma expressão de ter passado uma grande noite, o olhou com desconfiança.
— Bom dia, (Seu Apelido)!
Levantou-se para me abraçar e no momento que me separou um pouco, me olhou de cima a baixo. Franziu o cenho e se voltou para Justin.
— Bom dia, Justin! — Disse-lhe em tom ligeiramente hostil.
— Srta. Kavanagh — Respondeu em seu endurecido tom formal.
— Justin, o nome dela é Kate. — Jaxon resmungou.
— Kate.
Justin assentiu com educação e encarou Jaxon, que riu e se levantou para também me abraçar.
— Oi, (Seu Apelido)!
Sorri e seus olhos castanhos escuros brilharam. Fiquei bem imediatamente. É óbvio que não tinha nada a ver com Justin, mas, claro, são irmãos adotivos. (Somente na história)
— Oi, Jaxon.
Sorri para ele e me dei conta de que mordia meus lábios.
— É melhor irmos, Jaxon. — Justin disse em tom suave.
— Tudo bem.
Virou-se para Kate, abraçou-a e lhe deu um interminável beijo.
Jesus... Arrumem um quarto! Olhei para meus pés, incômoda. Levantei a visão para Justin, que me olhava fixamente. Sustentei-lhe o olhar. Por que não me beija assim? Jaxon continuou beijando Kate, empurrou-a para trás e a fez dobrar-se de forma tão teatral que o cabelo dela quase toca o chão.
— Até breve, baby! — Disse-lhe sorridente.
Kate se derreteu. Nunca antes a tinha visto derretendo-se assim. Veio-me à cabeça as palavras "formosa" e "complacente". Kate, complacente. Jaxon deve ser muito bom. Justin revirou os olhos e me olhou com expressão impenetrável, embora possivelmente a situação o divertisse um pouco. Apanhou uma mecha de meu cabelo que escapou do meu rabo de cavalo e o pôs atrás da orelha. Minha respiração entrecortou e ele inclinou minha cabeça com seus dedos. Seus olhos se suavizaram e passou o polegar por meu lábio inferior. O sangue queimou através das minhas veias. E imediatamente retirou a mão.
— Até breve, baby! — Murmurou.
Não pude evitar rir, porque a frase não combinava com ele. Mas embora saiba que está esquivando-se, aquelas palavras ficaram cravadas dentro de mim.
— Eu vou buscá-la às oito.
Deu meia volta, abriu a porta da frente e saiu para a varanda. Jaxon o seguiu até o carro, mas se voltou e lançou outro beijo para Kate. Senti uma inesperada pontada de ciúmes.
— E então? — Kate perguntou-me com evidente curiosidade enquanto os observamos subir no carro e afastar-se.
— Nada. — Respondi bruscamente, com a esperança de que isso a impedisse de continuar com as perguntas.
Entramos em casa.
— Mas é evidente que sim! — Kate disse.
Não posso dissimular a inveja. Kate sempre consegue enredar os homens. É irresistível, bonita, sexy, divertida, atrevida... Justamente o contrário de mim. Mas o sorriso com o qual me respondeu é contagioso.
— Vou vê-lo novamente esta noite.
Aplaudiu e pulou como uma menina pequena. Não pode reprimir seu entusiasmo e sua alegria, e eu não pude evitar me alegrar. Era interessante ver Kate contente.
— Esta noite Justin vai levar-me a Seattle.
— A Seattle?
— Sim.
— E possivelmente ali...?
— Assim espero.
— Então você gosta dele, não é?
— Sim.
— Você gosta o suficiente para...?
— Sim.
Ergueu as sobrancelhas.
— Uau. Por fim (Seu Apelido) Steele se apaixona por um homem, e é Justin Bieber, o bonito e sexy multimilionário.
— Claro, claro, é apenas pelo dinheiro.
Sorri afetadamente até que ao final tivemos ambas, um ataque de riso.
— Essa blusa é nova? — Perguntou.
Deixei que ela soubesse todos os detalhes desinteressantes sobre a minha noite.
— Ele já te beijou? —Perguntou enquanto preparava um café.
Ruborizei-me.
— Uma vez.
— Uma vez! — Exclamou.
Assenti bastante envergonhada.
— Ele é muito reservado.
Kate franziu o cenho.
— Que estranho.
— Não acredito, na verdade, que a palavra seja "estranho".
— Temos que nos assegurar de que esta noite esteja irresistível. — ela disse muito decidida.
Oh, não... Já vejo que vai ser um tempo perdido, humilhante e doloroso.
— Tenho que estar no trabalho em uma hora.
— Pode trabalhar nesse tempo. Vamos.
Kate segurou em minha da mão e me levou para casa.
Embora houvesse muito trabalho no Clayton's, as horas passaram-se lentamente. Como estamos em plena temporada do verão, tenho que passar duas horas repondo as estantes depois de ter fechado a loja. É um trabalho mecânico que me deixava tempo para pensar. A verdade é que em todo o dia não pude fazê-lo.
Seguindo os conselhos incansáveis e francamente impertinentes de Kate, depilei minhas pernas, axilas e sobrancelhas, assim fiquei com a pele toda irritada. Era uma experiência muito desagradável, mas Kate me assegurou que era o que os homens esperavam nestas circunstâncias. Que mais esperará Justin? Tenho que convencer Kate de que quero fazê-lo. Por alguma estranha razão, ela não confiava nele, possivelmente porque fosse tão tenso e formal. Avisei-a que não saberia dizer como, mas prometi que lhe enviaria uma mensagem assim que chegasse a Seattle. Não falei nada sobre o helicóptero para que não enlouquecesse.
Também havia a questão sobre José. Havia três mensagens e sete chamadas perdidas suas no meu celular. Também ligou para casa, duas vezes. Kate tem sido muito vaga a respeito de onde eu estou. Ele vai saber que ela me encobre. Kate sempre era muito franca. Mas decidi deixá-lo sofrer um pouco. Ainda estou zangada com ele.
Justin comentou algo sobre uns papéis, e não sei se estava de brincadeira ou se ia ter que assinar algo. Desesperei-me por ter que andar conjecturando todo o tempo. E para o cúmulo das desgraças, estou muito nervosa. Hoje é o grande dia. Estou preparada por fim? Minha deusa interior me observava golpeando impaciente o chão com um pé. Faz anos que está preparada, e está preparada para algo com alguém como Justin Bieber, embora ainda não entenda o que vê em mim... a pacata (Seu Apelido) Steele... Não fazia sentido.
Era pontual, é obvio, e quando saí do Clayton's já me esperava, apoiado na parte de trás do carro. Abriu a porta para mim e sorriu cordialmente.
— Boa tarde, Srta. Steele. — Disse-me.
— Sr. Bieber.
Inclinei a cabeça educadamente e entrei no assento traseiro do carro. Taylor estava sentado ao volante.
— Olá, Taylor. — Disse-lhe.
— Boa tarde, Srta. Steele. — Respondeu em tom educado e profissional.
Justin entrou pela outra porta e brandamente me apertou a mão. Um calafrio percorreu todo meu corpo.
— Como foi o trabalho? — Perguntou.
— Muito longo. — Respondi-lhe com voz rouca, muito baixa e cheia de desejo.
— Foi um dia muito longo pra mim também.
— O que tem feito? — Consegui perguntar.
— Andei com Jaxon.
Seu polegar acariciava meus dedos por trás. Meu coração deixou de bater e minha respiração se acelerou. Como é possível que me afete tanto?
Apenas tocou uma pequena parte de meu corpo, e meus hormônios dispararam.
O heliporto estava perto, assim, antes que me desse conta, já havíamos chegado. Perguntei-me onde estaria o lendário helicóptero. Estamos em uma zona da cidade repleta de edifícios, e até eu sei que os helicópteros necessitam espaço para decolar e aterrissar. Taylor estacionou, saiu e abriu minha porta. Em um momento, Justin estava ao meu lado e pegou minha mão novamente.
— Pronta? — Perguntou.
Assenti. Queria lhe dizer: "Para tudo", mas estava muito nervosa para articular qualquer palavra.
— Taylor.
Fez um gesto para o chofer, entramos no edifício e nos dirigimos para os elevadores. Um elevador! A lembrança do beijo daquela manhã voltou a me obcecar.
Não pensei em nada mais por todo o dia. Mesmo no Clayton's não podia tirar tudo da cabeça. O Sr. Clayton precisou gritar comigo duas vezes para que voltasse para a Terra. Dizer que estive distraída era pouco. Justin me olhou com um ligeiro sorriso nos lábios. Ah! Ele também estava pensando no mesmo.
— São apenas três andares. — disse com olhos divertidos.
Tenho certeza que tem telepatia. É horripilante.
Pretendi manter o rosto impassível quando entramos no elevador. As portas se fecharam e aí está a estranha atração elétrica, crepitando entre nós, apoderando-se de mim. Fechei os olhos em uma vã intenção de dissipá-la. Ele apertou minha mão com força, e cinco segundos depois as portas se abriram no terraço do edifício. E lá estava, um helicóptero branco com as palavras BIEBER ENTERPRISES HOLDINGS, Inc. em cor azul e o logotipo da empresa de outro lado. Certamente que isto é esbanjar os recursos da empresa.
Ele me levou a um pequeno escritório onde um velho estava sentado atrás da mesa.
— Aqui está seu plano de vôo, Sr. Bieber. Revisamos tudo. Está preparado, lhe esperando, senhor. Pode decolar quando quiser.
— Obrigado, Joe. — Respondeu-lhe Justin com um sorriso quente.
Ora, alguém que merecia que Justin o tratasse com educação. Possivelmente não trabalhava para ele. Observei o ancião assombrada.
— Vamos. — Disse Justin.
E nos dirigimos ao helicóptero. De perto era muito maior do que pensava. Supunha que seria um modelo pequeno, para duas pessoas, mas contava com, no mínimo, sete assentos. Justin abriu a porta e me indicou um assento na frente.
— Sente-se, e não toque em nada. — Ordenou e subiu por trás de mim.
Fechou a porta. Alegrei-me que toda a zona ao redor estivesse iluminada, porque do contrário, nada se veria na cabine. Acomodei-me no assento que me indicou e ele se inclinou para mim para me atar o cinto de segurança. É um cinto de quatro pontos com todas as tiras se conectando a um fecho central. Apertou tanto as duas tiras superiores, que eu não podia me mover.
Ele estava tão próximo a mim, muito concentrado no que fazia. Se pudesse me inclinar um pouco para frente, afundaria o nariz em seu cabelo. Cheirava a limpo, fresco, divino, mas eu estava firmemente atada ao assento e não podia me mover. Levantou o olhar para mim e sorriu, como se lhe divertisse essa brincadeira que apenas ele entendesse. Seus olhos brilharam. Estava tentadoramente perto. Contive a respiração enquanto me aperta uma das tiras superiores.
— Agora você está segura. Não pode fugir. — Sussurrou. — Respira, (Seu Nome). — Acrescentou em tom doce.
Aproximou-se, acariciou meu rosto, correndo os dedos longos até meu queixo, que pegou entre o polegar e o indicador. Inclinou-se para frente e me deu um rápido e casto beijo. Fiquei impactada, me revolvendo por dentro ante o excitante e inesperado contato de seus lábios.
— Eu gosto desse cinto. — Sussurrou.
O que?
Acomodou-se ao meu lado, atou-se ao seu assento e em seguida começou um processo de verificar medidores, virar interruptores e apertar botões do enorme gama de marcadores, luzes e botões na minha frente. Pequenas esferas piscaram luzinhas, e todo o painel de comando estava iluminado.
— Coloque os fones de ouvido — Disse-me apontando uns fones na minha frente.
Coloquei os fones e o motor começou a girar. Era ensurdecedor. Ele também colocou os fones e seguiu movendo as alavancas.
— Estou fazendo todas as comprovações prévias ao vôo.
Ouvi a imaterial voz de Justin pelos fones. Virou-se para mim e sorriu.
— Você sabe o que está fazendo, Justin? — Perguntei-lhe.
Voltou-se para mim e sorriu.
— Eu sou piloto totalmente qualificado há quatro anos. Você está segura comigo, (Seu Nome). — Disse sorrindo-me de orelha a orelha. — Pelo menos enquanto nós estivermos voando. — Acrescentou com uma piscadela.
Piscando... Justin!
— Pronta?
Concordei com os olhos muito abertos.
— De acordo, torre de controle. Aeroporto de Portland, aqui é Charlie Tango Golfe - Golf Echo Hotel, preparado para decolar. Espero confirmação, câmbio.
— Charlie Tango, adiante. Aqui é aeroporto de Portland, avance por um-quatro-mil, direção zero-um-zero, câmbio.
— Entendido, torre, aqui Charlie Tango. Câmbio e desligo. Em marcha. — Acrescentou dirigindo-se a mim.
O helicóptero se elevou pelos ares lenta e brandamente.
Portland desapareceu enquanto adentrávamos ao espaço aéreo, embora meu estômago ficasse ancorado no Oregón. Uau! As luzes se reduziram até converterem-se em uma ligeira piscada a nossos pés. É como olhar para o exterior de um aquário. Uma vez no alto, a verdade é que não se vê nada. Está tudo muito escuro. Nem sequer a lua iluminava um pouco nosso trajeto. Como poderia ver por onde vamos?
— Inquietante, não é? — Christian disse-me pelos fones.
— Como sabe que vai na direção correta?
— Aqui. — Respondeu-me assinalando com seu comprido dedo um indicador com uma bússola eletrônica. — É um Eurocopter EC135. Um dos mais seguros. Está equipado para voar a noite. — Olhou-me e sorriu, — Em meu edifício há um heliporto. Dirigimo-nos para lá.
Óbvio que em seu edifício havia um heliporto. Senti-me totalmente por fora. As luzes do painel de controle lhe iluminavam ligeiramente o rosto. Estava muito concentrado e não deixava de controlar os diversos mostradores situados em frente a ele. Observo seus traços com todos os detalhes. Tem um perfil muito bonito, o nariz reto e a mandíbula redonda. Eu gostaria de deslizar a língua por sua mandíbula. Não se barbeou, e sua barba de dois dias fez a perspectiva duplamente tentadora. Mmm...
Eu gostaria de sentir sua aspereza sob minha língua, meus dedos, meu rosto.
— Quando voa de noite, não vê nada. Tem que confiar nos aparelhos. — Disse interrompendo minha fantasia erótica.
— Quanto durará o vôo? — Consegui dizer, quase sem fôlego.
Não estava pensando em sexo, de jeito nenhum...
— Menos de uma hora... Temos o vento a favor.
Menos de uma hora para Seattle... Nada mal. Claro, estávamos voando.
Eu tenho menos de uma hora antes da grande revelação. Sinto todos os músculos da barriga contraídos. Tenho um grave problema com as mariposas. Reproduzem-se em meu estômago. O que me terá preparado?
— Você está bem, (Seu Nome)?
— Sim.
Respondi com a máxima brevidade porque os nervos me oprimiam.
Acredito que sorriu, mas é difícil ter certeza na escuridão. Christian acionou outro botão.
— Aeroporto de Portland, aqui Charlie Tango, em um-quatro-mil, câmbio.
Trocava informação com o controle de tráfego aéreo. Soou-me tudo muito profissional. Acredito que estamos passando do espaço aéreo de Portland para o do aeroporto de Seattle.
— Entendido, Seattle, preparado, câmbio e desligo.
Apontou um pequeno ponto de luz à distância e disse:
— Olhe. Aquilo ali é Seattle.
— Você sempre impressiona as mulheres dessa maneira, com seu helicóptero? — Perguntei realmente interessada.
— Não. Nunca tinha trazido uma garota ao Charlie Tango antes. Meu helicóptero, eu quero dizer. Você está experimentando outro primeiro comigo, (Seu Nome). — Respondeu-me em tom tranquilo, embora sério.
Ora, não esperava esta resposta. Outro primeiro? Ah, referia-se a dormir com uma mulher?
— Está impressionada?
— Justin, eu estou surpreendida. Na verdade, espantada!
Sorriu.
— Espantada?
Por um instante demonstrou ter sua idade.
Assenti.
— Sim. Você é incrivelmente capaz... assim... muito competente.
— Bem, obrigado Srta. Steele. Nosso objetivo é agradar. — Disse-me educadamente.
Acredito que gostou de meu comentário, mas não estou segura.
Durante um momento atravessamos a escura noite em silêncio. O ponto de luz de Seattle ficava cada vez maior.
— Torre de Seattle ao Charlie Tango. Plano de vôo à Escala em ordem. Adiante, por favor. Preparado. Câmbio.
— Aqui Charlie Tango, entendido, Seattle. Preparado, câmbio e desligo.
— Está claro que você se diverte. — Murmurei.
— O que?
Encarou-me. A tênue luz dos instrumentos parecia zombador.
— Voar. — Respondi-lhe.
— Sim. Imensamente. Porque é preciso muita concentração e controle para voar... como eu poderia não amar isso? Mas eu acho planar ainda melhor!
— Planar?
— Sim. Vôo sem motor, para que me entenda. Planadores e helicópteros. Piloto as duas coisas.
— Ah!
Passatempos caros. Lembrei que ele me disse isso na entrevista. Eu gosto de ler e de vez em quando vou ao cinema. Nada de mais.
— Charlie Tango, adiante, por favor, câmbio.
A voz imaterial do controle de tráfego aéreo interrompeu minhas fantasias. Christian respondia em um tom seguro de si mesmo.
Seattle estava cada vez mais perto. Agora estamos nos subúrbios. Uau! Era absolutamente impressionante. Seattle de noite, do céu...
— É bonito, não é verdade? — Perguntou Justin em um murmúrio.
Assenti entusiasmada. Parecia de outro mundo, irreal, e sinto como se estivesse em um gigante estúdio de cinema, possivelmente no filme favorito de José, Blade Runner.
A lembrança de José tentando me beijar me incomodava. Começo a me sentir um pouco cruel por não ter respondido a suas chamadas. Tenho certeza que pode esperar até a manhã.
— Chegaremos em alguns minutos. — Justin murmurou.
E de repente senti meus ouvidos zumbirem, o coração disparar e a adrenalina percorrer meu corpo. Ele recomeçou a falar com o controle de tráfego aéreo, mas já não o escutava. Acreditava que iria desmaiar. Meu destino estava em suas mãos.
Voamos entre edifícios, e em frente a nós vi um arranha céu com um heliporto no terraço. A palavra “Escala” estava pintada em branco no topo do edifício. Estava cada vez mais perto, ia aumentando... como minha ansiedade. Deus, eu esperava não decepcioná-lo.
Ele vai me achar desprovida de alguma forma. Gostaria que tivesse atendido a Kate e tivesse posto um de seus vestidos, mas eu gostava de meu jeans negro, e vestia uma camisa verde e uma jaqueta negra de Kate. Estava bastante elegante. Agarrei-me à borda de meu assento cada vez com mais força. Eu posso fazer isso, eu posso fazer isso, eu repetia como um mantra enquanto nos aproximávamos do arranha céu.
O helicóptero reduziu a velocidade e ficou suspenso no ar. Justin aterrissou na pista do terraço do edifício. Tinha um nó no estômago. Não saberia dizer se eram nervos pelo que iria acontecer, ou alívio por termos chegado vivos, ou medo que a coisa não acontecesse bem. Desligou o motor, e o movimento e o ruído do rotor diminuiu até que, só o que se ouvia era o som da minha respiração entrecortada. Justin retirou os fones e se inclinou para tirar os meus.
— Chegamos. — Disse-me em voz baixa.
Seu olhar era intenso, a metade na escuridão e a outra metade iluminada pelas luzes brancas de aterrissagem. Uma metáfora muito adequada para Justin: o cavalheiro escuro e o cavalheiro branco. Parecia tenso. Cerrou a mandíbula e entrecerrou os olhos. Abriu seu cinto de segurança e se inclinou para abrir o meu. Seu rosto estava a centímetros do meu.
— Você não tem que fazer nada que não queira fazer. Você sabe disse, certo, (Seu Nome)?
Seu tom era muito sério, inclusive angustiado, e seus olhos, ardentes. Pegou-me de surpresa.
— Eu nunca faria nada que eu não quisesse fazer, Justin.
E enquanto lhe dizia, sentia que não estava de todo convencida, porque nestes momentos certamente faria algo pelo homem que estava sentado ao meu lado. Mas minhas palavras funcionaram e Justin se acalmou.
Encarou-me um instante com cautela e logo, apesar de ser tão alto, moveu-se com elegância até a porta do helicóptero e a abriu. Pulou, esperou-me e agarrou minha mão para me ajudar a descer à pista. No terraço do edifício havia muito vento e me punha nervosa o fato de estar em um espaço aberto a uns trinta andares de altura. Justin passou o braço pela minha cintura e me puxou firmemente contra ele.
— Venha! — Gritou por cima do ruído do vento.
Arrastou-me até um elevador, digitou um número em um painel, e a porta se abriu. No elevador, completamente revestido de espelhos, fazia calor. Podia ver Justin em quantidade, para onde quer que eu olhasse, e a coisa boa era que ele também podia ver várias de mim. Digitou outro código, e as portas se fecharam e o elevador começou a descer.
Em poucos momentos estávamos em um vestíbulo totalmente branco. No meio havia uma mesa redonda de madeira escura com um enorme buquê de flores brancas. As paredes estavam cheias de quadros. Abriu uma porta dupla, e o branco se prolongou por um amplo corredor que nos levou até a entrada de uma sala palaciana. É o salão principal, de teto muito alto. Qualificá-lo de "enorme" seria pouco. A parede do fundo era de cristal e dava em uma sacada com uma magnífica vista da cidade.
À direita havia um imponente sofá em forma de “U” que permitiam sentar-se comodamente dez pessoas. Frente a ele, uma lareira ultramoderna de aço inoxidável... ou, possivelmente, de platina. O fogo aceso iluminava brandamente. À esquerda, junto à entrada, estava a área da cozinha. Toda branca, com as bancadas de madeira escura e um bar em que podiam sentar-se seis pessoas.
Junto à área da cozinha, em frente à parede de cristal, havia uma mesa de jantar rodeada de dezesseis cadeiras. E no fundo havia um enorme piano negro e resplandecente. Claro... certamente também tocava piano. Em todas as paredes havia quadros de todo tipo e tamanho. Em realidade, o apartamento parecia mais uma galeria que uma moradia.
— Posso pegar se casaco, (Seu Nome)? — Justin perguntou.
Nego com a cabeça. Ainda estava com frio da pista do helicóptero.
— Quer tomar uma taça? — Ele perguntou.
Pisquei. Depois do que se passou ontem? Está de brincadeira ou o que? Por um segundo pensei em lhe pedir uma marguerita, mas não me atrevi.
— Eu tomarei uma taça de vinho branco. Você quer uma?
— Sim, por favor. — Murmurei.
Sentia-me incômoda neste enorme salão. Aproximei-me da parede de cristal e me dei conta de que a parte inferior do painel se abria a sacada em forma de acordeão. Abaixo se via Seattle, iluminada e animada. Volto para a área da cozinha, demorei uns segundos, porque estava muito longe da parede de cristal, onde Justin abria um vinho. Retirou sua jaqueta.
— Acha que está bem um Pouily Fumei?
— Justin, eu não sei nada sobre vinhos. O que quer que você esteja bebendo seria ótimo.
Falei em voz baixa e entrecortada. Meu coração batia muito depressa. Queria sair correndo. Isto era luxo de verdade, de uma riqueza exagerada, tipo Bill Gates.
O que eu estava fazendo aqui? Sabe muito bem o que está fazendo aqui, logrou meu subconsciente. Sim, quero ir para cama com Justin Bieber.
— Toma. — Disse ao me estender uma taça de vinho.
Até as taças são luxuosas, de cristais grossos e muito modernos. Tomei um gole. O vinho era ligeiro, fresco e delicioso.
— Você está muito quieta, (Seu Nome), pálida de fato. — murmurou. — Está com fome?
Neguei com a cabeça. Não de comida.
— Esse lugar é muito grande, Justin. Muito grande.
— Grande?
— Sim, muito.
— É grande. — Admitiu com um olhar divertido.
Tomei outro gole do vinho.
— Sabe tocar? — Perguntei apontando para o piano.
— Sim, eu toco.
— Existe alguma coisa que você não pode fazer?
— Poucas coisas... Você gostaria de se sentar, (Seu Nome)?
Concordei com a cabeça. Agarrou minha mão e me levou ao grande sofá de cor nata. Enquanto me sentava, assaltava-me a ideia de que pareço Tess Durbeyfield observando a nova casa do notário Alec d'Urbervile. A ideia me fez sorrir.
— O que divertiu você, (Seu Apelido)?
Estava sentado ao meu lado, me olhando. Descansava a cabeça sobre a mão direita e o cotovelo estava apoiado na parte de trás do sofá.
— Por que você me deu o livro de Tess Of The D'Urbervilles, Justin? — Perguntei a ele.
Justin me olhou fixamente um momento. Acredito que lhe surpreendeu minha pergunta.
— Aproveitei que você gostava de Hardy e que eu lhe devia um aviso sobre mim mesmo. Essa foi a única maneira que eu pude pensar. Tanto para prendê-la a um ideal impossível como Angel Clare, ou a uma degradação completa como Alec D'Urberville.
— Se você está me oferecendo apenas duas opções, Justin, eu tomarei a degradação. —sussurrei enquanto o encarava.
Meu subconsciente me observava assombrada. Justin ficou boquiaberto.
— Por favor, pare de morder seu lábio, (Seu Nome)! Isso me distrai completamente. Você não tem ideia do que você está realmente pedindo aqui.
— Eu estou aqui, não estou?.
Franziu o cenho.
— Sim, você está. Você poderia esperar um minuto, por favor?
Desapareceu por uma grande porta no outro extremo do salão. Voltou em dois minutos com uns papéis nas mãos.
— (Seu Apelido), esse é um AND, um Acordo de Não Divulgação. Tendo em vista quem eu sou, o meu advogado insiste em tê-lo assinado. — Encolheu os ombros e pareceu ligeiramente incômodo.
Estendeu-me os papéis. Fiquei totalmente perplexa.
— Se você estiver indo para a degradação, você precisa assinar isso.
— E se não quiser assinar?
— Então fica com os ideais de Angel Clare, bom, ao menos na maior parte do livro.
— O que implica este acordo?
— Implica que não pode contar nada do que aconteça entre nós. Nada a ninguém.
Observei-o sem dar crédito. Merda. Tem que ser ruim, ruim de verdade, e agora tenho muita curiosidade por saber do que se trata.
— Tudo bem, eu vou assinar.
Estendeu-me uma caneta.
— Não vai ler primeiro?
— Não.
Franziu o cenho.
— (Seu Nome), sempre deveria ler tudo o que assina. — Arremeteu.
— Justin, o que não entende é que em nenhum caso falaria sobre nós com ninguém. Nem sequer com Kate. Assim que dá no mesmo se assinar um acordo ou não. Se for tão importante para ti ou para seu advogado... que é óbvio que você falou de mim para ele, de acordo. Assinarei.
Observou-me fixamente e assentiu muito sério.
— Ponto bem definido, (Seu Nome).
Assinei as duas cópias com um grandiloquente gesto e lhe devolvi uma. Dobrei a outra, enfiei-a na minha bolsa e tomei um comprido gole de vinho. Parecia muito mais valente do que em realidade me sentia.
— Uma vez que eu assinei o AND, isso significa que você vai fazer amor comigo esta noite, Justin?
Maldita seja! Acabei de dizer isso? Abri ligeiramente a boca, mas em seguida me recompus.
— Não, (Seu Nome), não. Deixe-me esclarecer uma coisa. Eu não faço amor. Nunca. Nunca fiz. Eu fodo... duro. Além disso, você terá que assinar mais papelada, e além do mais, você ainda não sabe em que está se metendo. Quando você souber, eu tenho medo que você vai correr para o mais longe possível de mim. Então, eu tenho que chegar ao ponto e mostrar o que eu quero dizer. Venha. Veja a minha Sala de Jogos.
Fiquei boquiaberta. Fodo duro! Minha mãe. Isso soa tão... quente. Mas por que vamos ver um quarto de jogos? Estou perplexa.
— Sala de Jogos? Vamos jogar Wii ou Xbox? — Perguntei-lhe.
Riu às gargalhadas.
— Não, (Seu Apelido). Nenhuma dessas coisas. Venha e veja.
Levantou-se e me estendeu a mão. Deixei que me levasse de volta para o corredor. À direita das portas duplas, de onde viemos havia outra porta que dava a uma escada.
Subimos ao andar de cima e viramos à direita. Retirou uma chave do bolsinho, virou a fechadura de outra porta e respirou fundo.
— Você ainda pode ir embora, (Seu Nome). Se assim desejar, posso enviar-lhe onde quer que você queira ir, o meu helicóptero está em espera; ou passar a noite e ir para casa de manhã. O que quer que você decida está bem.
— Ah, apenas cale a boca e abra a maldita porta, Justin!
Abriu a porta e se afastou a um lado para que eu entrasse primeiro. Voltei a olhá-lo. Queria saber o que havia ali dentro. Parei e entrei.
E senti como se ele tivesse me transportado ao século XVI, à época da Inquisição espanhola.
Puta Merda!!!
Babies, please, don't kill me!!!
I'm sorry amores! Eu demorei pra postar porque eu tinha perdido a senha do blog, mas meu primo recuperou pra mim! \o/
Obrigada bebês, amei os comentários! *-*
Bom, o capítulo está aqui, o próximo só com 18 comentários!
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